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Emprego na indústria cai e assusta o governo

  VERA BATISTA

 IBGE mostra que o número de vagas nas fábricas encolheu pela 22ª vez seguida na comparação com o mesmo mês do ano anterior. Empresários estão cautelosos

 O emprego na indústria caiu 0,2% em julho em relação ao mês anterior. Foi a terceira taxa negativa mensal consecutiva. Ante julho de 2012, a queda chegou a 0,8%, a 22ª retração seguida e a mais intensa, nessa base de comparação, desde fevereiro último (-1,2%), segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os números são consequência das constantes oscilações da produção industrial, que vem alternando momentos de queda e crescimento, e do temor dos empresários em contratar, diante das incertezas quanto aos rumos da economia, disse Rodrigo Lobo, economista da coordenação de indústria do IBGE.

As fábricas têm feito paradas estratégicas em todo o país, o que leva a ajustes no quadro de funcionários. Quem não começou a demitir tem contratado menos. Na última década, o total de operários na indústria moveleira de José Alves, há 24 anos no ramo, diminuiu de 400 para 150 — um recuo de 62%. “Estamos sem capacidade de investimento”, lamentou. Com um discurso quase unânime entre os industriais, ele reclamou da elevada carga tributária e das dificuldades em conseguir financiamento. “Perdemos competitividade de vez”, disse.

Segundo o IBGE, 13 dos 18 setores pesquisados no país demitiram. Os cortes foram liderados pelos ramos: calçados e couro (-5,4%), madeira (-5,1%), têxtil e vestuários (-3,7%) e refino de petróleo e álcool (-2,7%). O reduzido dinamismo no emprego, no entanto, contrasta com o crescimento do valor real da folha de pagamentos, de 0,4% frente a junho, e de 3,4%, no confronto com julho de 2012. “Mesmo a produção industrial crescendo 2% até julho, os empresários estão indecisos e relutantes em contratar. Há um grande custo em admissões e dispensas”, admitiu Lobo. O IBGE não acredita, porém, em demissões em massa, que abalem o quase pleno emprego no país.

No confronto com julho do ano passado, o emprego recuou com mais força na Região Nordeste (tombo de 4,3%), em contraponto a Santa Catarina, que registrou avanço de 1,3%. No acumulado do ano, também o Nordeste foi o mais prejudicado: houve encolhimento de 4,3% na vagas. “No Sul e no Sudeste, o emprego e a massa salarial crescem. A mão de obra mais qualificada ganha terreno. Já no Nordeste, as empresas enxugam postos para elevar a produtividade”, disse o técnico do IBGE.

Inflação
O emprego, apesar do vaivém da indústria, ainda está garantido, pelo menos até o fim do ano, período em que a produção e as vendas sobem por conta dos festejos. “O problema começará a partir de fevereiro de 2014”, assinalou o economista Cesar Bergo, da Corretora OpenInvest. Ele disse que alguns setores só contrataram porque se beneficiaram da recente alta do dólar. “Não foi ganho de produtividade. O dólar escondeu a ineficiência e as distorções. Onde o emprego aumentou foi para fazer frente às encomendas natalinas”, reforçou.

Para Bergo, os números do IBGE vieram melhores que o esperado e podem amenizar o nível de desconfiança na equipe da presidente Dilma Rousseff. “Para tal, o governo deve alinhar o discurso, adotar um firme discurso de combate à inflação, já que está no caminho virtuoso da alta dos juros. É preciso, também, criar linhas de crédito aos empresários mais baratas para permitir ganho de escala”, destacou. Essa seria, também, uma forma de incentivar o emprego no Nordeste, o mais prejudicado e o mais dependente de políticas locais e de financiamento público.

Para Rogério Souza, do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), 2013 é um ano diferente. Ao contrário do passado recente, quando o emprego nas fábricas se mostrava resistente, agora a indústria está mais frágil e luta para manter profissionais qualificados. “O emprego está ligado às expectativas. Só melhora quando a produção tiver uma retomada mais consistente”, destacou. No entender de Fernando Montero, economista da Corretora Tullet Prebon, não há saída fácil. “A retomada da competitividade industrial se dará por meio do câmbio e do aumento de preços, ou seja, é inflacionária. A reação não se dará pela produtividade e a desaceleração salarial”, comparou. (Colaborou Diego Amorim).

Fonte: Correio Braziliense - 12/09/2013
 

 

 


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