Desigualdade e discriminação, especialmente relacionada às mulheres, estão entre os maiores obstáculos mundiais para o desenvolvimento - indicou um relatório da ONU publicado nesta quarta-feira (12).
O estudo, que analisou informações de 176 países, ressalta que a desigualdade de crescimento pode prejudicar progressos na saúde, educação e na luta contra a pobreza alcançados nos últimos 20 anos.
O relatório do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) segue um estudo lançado no Cairo em 1994 após a Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento.
O estudo, intitulado "Além de 2014", recomenda que os governos tomem medidas legislativas para proteger os mais pobres e mais marginalizados, em particular adolescentes, mulheres vítimas de violência e comunidades rurais.
"Os resultados do relatório apontam para onde os governos devem seguir para eliminar as desigualdades e proteger os direitos humanos, porque eles devem cumprir os compromissos feitos no Cairo", disse o diretor do fundo, Babatunde Osotimehin.
Osotimehin afirmou que jovens mulheres são um bom parâmetro para o progresso - ou a falta dele.
"Mulheres adolescentes vivem em situação de risco nas comunidades mais pobres. Mais garotas estão concluindo o ensino básico, mas ainda enfrentam obstáculos para terem acesso ao ensino secundário", disse.
Nos últimos 20 anos, as mortes em decorrência de gravidez e parto caíram em 47%, mais garotas vão à escola e o crescimento populacional diminuiu, segundo o relatório.
Mas o relatório aponta que pelo menos 800 mulheres por dia morreram durante o parto em 2010, 222 milhões de mulheres ainda não têm acesso a métodos contraceptivos e uma em cada três mulheres em todo o mundo dizem terem sido vítimas de algum tipo de violência física ou sexual.