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Brasil e Argentina tentam preservar as exportações

Em tempos normais, as relações comerciais entre o Brasil e Argentina foram marcadas por tensões e barreiras, por iniciativa de Buenos Aires. Em um momento em que a economia argentina cambaleia e ruma para a recessão, e seu vizinho pode ter crescimento inferior ao de 2013, o canal para os desentendimentos é amplo. O governo brasileiro, como é de costume diante de um de seus maiores parceiros comerciais, tem demonstrado enorme dose de paciência com os efeitos dos desarranjos econômicos criados pelo governo de Cristina Kirchner nas relações bilaterais e uma atitude fatalista diante deles. Agora, tenta um acordo para preservar as exportações brasileiras à Argentina, especialmente as de carros, por meio de garantia de financiamentos. A Argentina, porém, quer mais. Na questão dos automóveis, que compõem também grande parte do fluxo de mercadorias exportadas pelo país, quer mudar o acordo automotivo, que expira em 30 de junho.

 O governo brasileiro exibe otimismo e acredita que está praticamente fechado um acordo para resolver as dificuldades de crédito e a escassez de divisas que assombram o país vizinho. Mas surpresas não são a exceção, e sim a regra, na barganha com os argentinos. O governo de Cristina Kirchner entende que a abertura de crédito garantido aos exportadores brasileiros resolve o problema do Brasil, mas não os da Argentina. Por isso, quer rever o acordo dos carros, que estabelece percentuais diferentes de acordo com a localização da indústria - praticamente as mesmas dos dois lados da fronteira. Hoje, para cada dólar exportado pela Argentina ao Brasil no setor, o Brasil tem o direito de vender US$ 1,95 aos argentinos.

Em todas as áreas de conflito, o motivo subjacente é a falta de dólares na Argentina, com a impossibilidade de financiar déficits comerciais, já que o país está afastado do mercado internacional de crédito desde o calote da década passada. Para isso, Cristina Kirchner montou um vasto cerco aos gastos dos argentinos na moeda americana e apelou para o intervencionismo descarado e o protecionismo, ao exigir declaração juramentada, pendente de aprovação prévia, para que o país importe vasta gama de mercadorias. Vários setores exportadores brasileiros, como eletroeletrônicos e calçados, antes de passarem pelo inferno burocrático criado recentemente, já tiveram que enfrentar cotas e outros expedientes nefastos ao comercio bilateral. Os resultados não foram igualmente distribuídos. Enquanto a participação brasileira no mercado vizinho recuou, a da China foi ampliada e deslocou concorrentes.

A redução simultânea da demanda por automóveis nos dois países, seu principal item de comércio, tornou-se um problema complexo. No trimestre, as exportações de carros para a Argentina caíram 32%, segundo a Anfavea. Na via contrária, o recuo foi de 14,5%. Nos dois países, estoques se acumulam. A Volkswagen tem em sua rede de revendas e no pátio das montadoras 15 mil veículos acumulados. ("Clarín", ontem). As montadoras se reuniram com a equipe econômica para encontrar formas de evitar o desemprego no setor. Analistas estimam que as vendas cairão 25% em 2014, após bater recordes. No Brasil, as vendas caem e os estoques se acumulam igualmente.

A máquina de artifícios para criar demanda entrou então em funcionamento. Do lado brasileiro, imagina-se uma forma de convencer os bancos a abandonar a retranca no crédito a um setor cuja inadimplência é grande por meio de um fundo segurador cujos contornos não estão definidos. Do lado argentino, onde a situação econômica é bem pior, joga-se a para o Brasil, já que a queda da demanda aqui seria a raiz da letargia do mercado lá.

Há sérias dúvidas se a ampliação do crédito resolveria a equação da baixa procura agora. Brasil e Argentina passaram a apertar sua política monetária, o primeiro em resposta à inflação persistente, o segundo, diante da desvalorização cambial que ignorou inflação anual de 32%. O realinhamento cambial e juros maiores encareceram os carros argentinos.

As negociações prosseguem nos próximos dias, quando deve ficar clara qual será a concessão brasileira desta vez, já que a Argentina deixou claro que sequer cogita retirar a barreira burocrática da declaração prévia às importações. Com as políticas econômicas desequilibradas de ambos, não há nada de muito eficaz que se possa fazer.

Fonte:  Valor Online / Gestão Sindical - 29/04/2014

 


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