Criação de empregos em junho soma 25,3 mil postos, o pior resultado para o mês em 16 anos. Minas é destaque positivo
Célia Perrone - Correio Braziliense
Brasília – O fraco desempenho da economia nos últimos meses já está refletindo no emprego. Em junho foram criados 25.363 postos formais de trabalho, 56,9% menos do que o mesmo período de 2013, de acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). É o pior resultado para o mês em 16 anos, quando foram geradas 18.097 vagas. O resultado de semestre também não anima: é o menor desde 2009, quando o país sofria com a crise mundial. De janeiro a junho, foram gerados 588.671 empregos, uma queda de 29% em relação ao ano passado.
Diante desse quadro, o Ministério do Trabalho reviu o número anual de criação de vagas. A previsão que era de 1,5 milhão de postos caiu para 1 milhão. No ano passado, foram abertos 1,1 milhão de empregos formais. Segundo o ministro do Trabalho, Manoel Dias, a revisão se deve, principalmente, ao desempenho da indústria que registrou a terceira queda consecutiva. O setor dispensou 28.553 empregados no mês passado. Também contribuíram para o resultado a construção civil (12.041) e o comércio (7.070).
Apenas três setores tiveram desempenho positivo em junho: a agricultura, com a criação de 40.818 postos; o segmento de serviços (31.143) e a administração pública (1.548 contratações). "A indústria de transformação foi a principal responsável pela queda no emprego, mas, mesmo assim, nos primeiros três meses do ano apresentou desempenho positivo", avaliou o ministro.
Mesmo com a sequência de números negativos, o ministro acredita que o quadro não tem "como piorar". Ele prevê que julho apresentará melhores resultados que os 72 mil empregos criados no ano passado. Para Dias, " haverá reposição de emprego e isso vai acontecer devido às medidas que o governo tomou concedendo incentivos e isenções fiscais a diversos setores da economia".
Segundo o ministro, a situação pode melhorar também devido ao anúncio que o governo fará, em breve, de um pacote de medidas para os micros e pequenos empreendedores, que, além de facilitar o processo de abertura de empresas, deve ampliar a tabela de benefícios fiscais do segmento. "Não sei a data ainda que isso vai ser anunciado, mas a presidente Dilma tem pressa", afirmou .
No Estado
A geração de empregos formais em Minas Gerais foi de 15.717 vagas no mês passado, principal destaque positivo no país, com base nos dados divulgados ontem pelo Caged. O balanço no estado representou a menor diferença entre contratações e dispensas para o mês analisado na série desde junho de 2003, embora tenha ocorrido crescimento, de modestos 0,36%, frente a maio. No primeiro semestre 97.505 empregos formais foram gerados em Minas, representando aumento de 1,46% ante o estoque de dezembro do ano passado.
Fonte: Correio Braziliense / Estado de Minas – 18.07.2014