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FMI não vê catástrofes nem período de bonança no Brasil

Não houve muita surpresa nos relatórios divulgados anteontem pelo Fundo Monetário Internacional, que estimam impactos e vulnerabilidades dos países a partir de turbulências causadas por uma série de possíveis choques adversos na economia global. As conclusões não foram muito diferentes dos últimos documentos do Fundo, mas a época de divulgação, sim. Em plena campanha eleitoral, serviram para a oposição apontar que o Brasil caminha para o inferno, e para o ministro da Fazenda, Guido Mantega, como sempre, indicar que estamos mais perto do paraíso. Mantega desqualificou os documentos, embora tenham a chancela do board da instituição. Lido com atenção, o documento registra que o Brasil não está nesses extremos. A posição externa do país é reiteradamente classificada de "moderadamente mais fraca" em relação a um nível consistente a médio prazo.

O aumento do déficit em conta corrente, com baixa poupança e crescimento baseado no consumo, inflação e gastos públicos em alta, elevam automaticamente a fragilidade do país diante de turbulências externas. O Fundo fez dois exercícios, um sobre a vulnerabilidade externa e outro sobre os efeitos de um cenário tumultuado da normalização monetária nos países avançados.

Com toda a piora do déficit em conta corrente do Brasil, o FMI avalia que os investimentos diretos continuarão fortes, embora precisem do auxílio de capitais voláteis para cobrir o rombo. A posição líquida de investimentos (externo no Brasil e brasileiro no exterior) vai se deteriorar um pouco, prevê o Fundo, por uma razão ruim - falta de poupança interna - e outra boa, os investimentos para explorar o pré-sal. Mas o desequilíbrio poderá ser revertido a médio prazo, "se as receitas de exportação do petróleo do pré-sal contribuírem para elevar a poupança".

O consumo e a perda de força das exportações elevaram o déficit externo para 3,6%, ou 2,9% ciclicamente ajustado, segundo o FMI. É preciso mais esforço para se chegar a 2,5% do PIB, limite máximo que os técnicos da instituição consideram compatível com uma economia resistente. Parte da tarefa deveria ser delegada ao câmbio, mas o real está de 5% a 15% valorizado. Nesse ponto, há uma inquietação que não é apenas do FMI. Corretas para impedir grande volatilidade das taxas de câmbio, as intervenções do Banco Central "não devem ser usadas para resistir a pressões cambiais que reflitam mudanças nos fundamentos".

Com reservas maiores que as necessárias, o FMI prevê que "o diferencial das taxas de juros e a prevista recuperação econômica continuarão a atrair capitais no médio prazo". E sugere cautela, já que a composição desses fluxos tem um perfil favorável que pode mudar rapidamente. Em suma, a capacidade de o Brasil responder a uma crise externa é bem mais robusta que no passado, embora inspire cuidados.

A situação brasileira é menos favorável no caso de uma combinação adversa de fatores algo semelhantes aos que ocorreram em maio de 2013. Uma normalização da política monetária tumultuada, com ajuste antes do previsto da taxa de juros americana, seja pelo Fed seja por correções de mercado, colocaria os mercados de capitais e a demanda por ativos dos países emergentes à mercê de "volatilidade e vendas generalizadas".

Se esse fosse o único fator interveniente, com elevação dos juros de longo prazo de 1 ponto percentual a partir do terceiro trimestre deste ano, o PIB brasileiro se retrairia em 0,75%. Mas a esse "choque", o FMI acrescentou uma "profunda desaceleração estrutural" dos países emergentes. Com ambos, a desaceleração da economia brasileira seria de 2,5 a 3,75%. Uma perda de ritmo continuada deles traria pessimismo global e alta adicional de 0,5 ponto percentual nos juros desses países.

Com tudo isso, o Brasil ficaria mais perto de uma recessão em 2015. Por outro lado, o efeito conjunto dos choques colocaria o déficit em conta corrente perto do nível de equilíbrio (melhora de até 1,5 ponto percentual) e derrubaria a inflação (menos 1,875 ponto percentual).

A desarrumação da política doméstica traz efeitos nocivos a uma posição externa ainda sólida do país, embora seja impossível separar uma coisa da outra. Para isso, a receita do FMI não mudou: reformas para aumentar a poupança interna, melhoria da infraestrutura e da educação etc. Nada que seja dramático, mas que não está sendo feito.

Fonte:  Valor Online / Gestão Sindical - 01/08/2014

 


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