O mercado de trabalho no Brasil voltou a dar sinais de fraqueza e teve a pior geração de empregos formais em 15 anos para um mês de julho. O saldo líquido de vagas, que são as admissões menos demissões, foi de pouco mais de 11 mil, a metade do que havia sido criado em junho.
Junho e julho foram meses em que, na verdade, o país quase que parou, pelo menos, por 40, 45 dias. Então, eu acho que a gente deve esperar os próximos meses para ver para ondea economia caminha"analisa João Sabóia, economista da UFRJ
O fraco desempenho da economia, segundo especialistas, já começa a ter impacto na geração de empregos. Nos sete primeiros meses foram criados 632 mil empregos com carteira.
O mês de julho teve o pior desempenho desde julho de 1999. Foram criadas apenas 11,8 mil vagas no país, menos da metade do mês anterior. A indústria de transformação, que inclui o setor automobilístico, teve a maior queda, com a perda de mais de 15 mil postos de trabalho.
O economista João Sabóia explica que a geração de empregos foi afetada pela queda no consumo.
Em parte, pelo maior endividamento das pessoas. Além disso, ele diz que muitos empresários adiaram investimentos durante a Copa do Mundo.
"Daqui em diante o empresariado vai ter que tomar alguma decisão em relação a fazer mais cortes de vagas. Principalmente a partir de 2015 eu acho que vai ter um ajuste mais forte no mercado de trabalho, vai haver um corte de vagas mais drástico e o desemprego deve aumentar mais fortemente a partir do ano que vem", aponta Rodrigo Leandro de Moura, professor do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Fundação Getúlio Vargas).
Fonte: G1 - 22/08/2014