A taxa de inadimplência dos consumidores brasileiros subiu 2,3% em 2014 na comparação com 2013, quando houve recuo de 0,3%, segundo a Boa Vista SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito). O resultado veio em alinhamento com as projeções divulgadas pela instituição.
Já no comércio varejista, houve recuo de 10,5% na mesma base comparativa. Considerando apenas o mês de dezembro, a taxa recuou 0,2% na comparação com o mesmo mês de 2013, mas avançou 1,4% em relação a novembro, na série com ajuste.
No mês de dezembro, o índice registrou queda de 0,7% ante novembro, na série com ajuste sazonal, e alta de 4,2%, em relação a dezembro de 2013. A pesquisa mostra ainda que o valor médio das dívidas registradas no mês de dezembro de 2014 foi de R$ 1.263,30, após os ajustes.
Segundo a equipe econômica da Boa Vista, a elevação das taxas de juros, a inflação próxima ao teto da meta de 6,5% e a diminuição do ritmo de alta da renda do trabalhador são as prováveis explicações para o nível mais alto da inadimplência. “Por outro lado, os critérios mais rigorosos nas concessões, a manutenção do desemprego em baixa e o consumidor mais maduro e consciente dos seus limites no que tange ao uso do crédito, impediram um crescimento maior da inadimplência”, afirma a instituição, em nota oficial divulgada ontem.
Na abertura dos dados por regiões, o Sul foi o que registrou aumento mais expressivo da inadimplência entre 2013 e 2014, com alta de 8,3%, seguido pelo Centro-Oeste, com elevação de 6,0%. Em seguida, aparece o Nordeste, com avanço de 2,4%. Na região Norte a inadimplência subiu 0,8% e, no Sudeste, 0,6%.
Para 2015, a instituição projeta um avanço de 3% na inadimplência. “Para a taxa deinadimplência aferida pelo Banco Central através da modalidade de recursos livres destinados às famílias, a expectativa da Boa Vista para 2015 é de 7,2% de inadimplência do total de recursos do sistema”, diz a nota.
Jornal do Comércio - RS - Porto Alegre/RS - ECONOMIA - 14/01/2015