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Há 10 anos era assassinada irmã Dorothy Stang

Em 12 de fevereiro de 2005, o Brasil foi surpreendido pela notícia do assassinato da irmã Dorothy Stang, missionária americana que atuava com os camponeses do Projeto de Desenvolvimento Sustentável Esperança (PDS Esperança), no município de Anapu (PA). 

A apresentação do Conflitos no Campo Brasil 2004, publicação anual da Comissão Pastoral da Terra lançada em 2005, pouco tempo depois da morte, registrou: Este assassinato provocou gigante onda de indignação nacional e internacional. Qual verdadeiro tsunami, essa tragédia atingiu o Planalto Central, o Congresso e o Supremo Tribunal Federal. Tomou conta das redações dos jornais e dos estúdios das TVs e das rádios. E seus abalos se sentiram em todo o mundo. A morte de Irmã Dortohy Stang irrompeu com a força da ressurreição. Sua ação, humilde e desconhecida, pequena e quase isolada, multiplicou-se por todos os cantos do Brasil, conquistando corações e mentes e ganhou as dimensões do mundo e do tempo. 

Na ocasião, dom Erwin Kräutler, bispo da Prelazia do Xingu, à qual a irmã pertencia, e dom Tomás Balduino, presidente da CPT, emitiram nota de indignação, na qual denunciavam o crime organizado na região, com o envolvimento de autoridades e da polícia do governo estadual, na corrida e na disputa pelo domínio, a qualquer preço, daquela área de total desordem fundiária. Denunciavam ainda a impunidade dos crimes cometidos contra os lavradores. E citavam que nos 20 anos, de 1985 a 2004, a CPT havia registrado 1.379 mortes no campo, destes 523 ocorreram no Pará, 37,9%, dos quais foram a julgamento 10 casos, com a condenação de cinco mandantes e oito executores. 

Nos 10 anos que se seguiram à morte de irmã Dorothy, a situação permanece praticamente inalterada. De 2005 a 2014, o número total de assassinatos no campo diminuiu. Foram 334. O Pará, porém, concentrou 118 das mortes, 35,3%. Das 548 tentativas de assassinato, 165 aconteceram no Pará. Das 2.118 das pessoas ameaçadas de morte, 617 viviam no Pará. 

A punição dos responsáveis pelo assassinato da missionária não foi exemplar, como prometido. O fazendeiro Regivaldo Pereira Galvão, condenado a 30 anos de prisão, aguarda em liberdade o julgamento de recursos nos tribunais superiores. O sócio, nos negócios e no crime, Vitalmiro Bastos de Moura, após ter o julgamento repetido por três vezes, cumpre pena no regime semiaberto. Amair Feijoli teve o benefício da prisão domiciliar tão logo saiu do regime fechado. 

Clodoaldo Batista, coautor do crime, foi autorizado a passar alguns dias fora da cadeia e não mais retornou para cumprir o restante da pena. Raifran das Neves, o executor dos disparos, logo após ser beneficiado com o regime semiaberto, retomou a profissão de pistoleiro, participando de assassinatos por encomenda no Pará. Outros fazendeiros que, certamente, participaram da decisão de mandar matar Dorothy nunca foram investigados. A impunidade permanece como uma das principais causas da violência no campo no Brasil, principalmente, no estado do Pará. 

Dorothy continua sendo lembrada. Diversas comemorações, em diferentes localidades de nosso país, trazem a presença do martírio dessa mulher que, mesmo sabendo estar ameaçada (em 2004, recebera mais de uma ameaça), não arredou pé e se manteve ao lado do povo com quem dividia alegrias e esperanças, tristezas e dores. Para defender o direito dos camponeses e a preservação da Floresta Amazônica, não teve dúvida em colocar em risco a própria vida. 

 

Fonte:  Correio Braziliense - Edição Digital  12/02/2015 


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