DIRETORIA – GESTÃO 2023-2025

clique aqui para acessar

 

DIRETORIA – GESTÃO 2022-2026

clique aqui para acessar

 
 
 
 
 

Notícias

Tesouro amplia venda de papéis de curto prazo

A venda de um grande lote ontem de Letras do Tesouro Nacional (LTN) com vencimento para outubro de 2015 mostra a demanda do mercado por papéis de curto prazo e o desafio do Tesouro na gestão da dívida pública. Segundo a corretora Tullett Prebon, o lote de 10 milhões de LTNs vendido foi o maior em papéis curtos desde pelo menos 2000. Nos próximos três meses, há uma grande concentração de títulos públicos que irão vencer, representando cerca de 45% do volume total de R$ 536,11 bilhões que vence neste ano. Além de ter que lidar com o baixo apetite a risco por parte dos investidores, que aumentaram a busca por papéis de curto prazo, o Tesouro está tendo que lidar com prêmios mais altos diante da subida das taxas de juros, em meio a um ambiente de maior incerteza no mercado externo e de piora da perspectiva em relação à economia doméstica. O lote de LTNs ofertado ontem movimentou R$ 9,2736 bilhões. Os papéis saíram com taxas máxima e média de 13,1440% e 13,1332%, respectivamente. Apesar de não terem saído com prêmio em relação ao mercado secundário, o Tesouro acabou pagando uma taxa maior em relação aos últimos leilões, devido ao avanço das taxas de juros futuros nos últimos dias. Segundo analistas, a alta das taxas reflete o ambiente externo de aversão a ativos de maior risco, com preocupação com o futuro da Grécia na zona do euro e o processo de normalização da política monetária nos EUA, que tem pressionado as taxas dos títulos do Tesouro americano. No ambiente doméstico, dúvidas sobre a aprovação das medidas fiscais e a capacidade do governo em cumprir a meta de superávit primário têm contribuído para a piora do cenário. "Os investidores não estão confortáveis em aumentar as posições em papéis mais longos diante desse ambiente de maior incerteza, aumentando a demanda por papéis de curto prazo", diz o gestor de um banco privado. Segundo o Valor apurou, a demanda adicional pelas LTNs de curto prazo pode estar relacionada também ao vencimento de um lote de R$ 68,5 bilhões em Letras Financeiras do Tesouro (LFT) que vencem em março. Para Christiano Clemente, diretor operacional da Tullet Prebon, o Tesouro está recompondo caixa para fazer frente à grande concentração de títulos públicos que vencem nos próximos três meses. "O que causou surpresa foi esse volume grande de 10 milhões de LTNs para o curto prazo. Por que emitir um volume tão grande a esse preço?" Para os próximos três meses, além das LFTs, está previsto o vencimento de um montante de R$ 108,510 bilhões em LTNs. Há ainda um lote de R$ 65,16 bilhões de Notas do Tesouro Nacional - série B (NTN-B), que vence em maio. Para a Tullett Prebon, a oferta volumosa pode estar relacionada à tentativa do Tesouro Nacional de reduzir o comprometimento de seu "colchão" de liquidez, prejudicado desde 2013 pela não rolagem de volumes elevados. "Acreditamos que o leilão de 10 milhões de LTN para outubro de 2015 tem a ver com a tentativa de reduzir esse gap", diz a corretora, acrescentando que o caixa do Tesouro para esse fim está "realmente apertado". Além das LTNs para outubro de 2015, o Tesouro ainda vendeu todo o lote de 1,5 milhão desses papéis para 1º de julho de 2017, com giro financeiro de R$ 1,123 bilhão, e também 2.416.000 de papéis para 1º de janeiro de 2019, de uma oferta de 2,5 milhões. A movimentação financeira foi de R$ 1,5127 bilhão. O Tesouro ainda vendeu R$ 3,0968 bilhões em Notas do Tesouro Nacional-Série F (NTN-F) para 1º de janeiro de 2021 e 1º de janeiro de 2025. Na avaliação do estrategista da Coinvalores Corretora, Paulo Celso Nepomuceno, a megaoferta de LTN de curto prazo é mais um sinal da piora no perfil da dívida pública e reflete a aversão de investidores locais à tomada de risco em prazos mais longos, devido à falta de previsibilidade com a economia brasileira. "Diferentemente de outros anos, o Tesouro parece não poder mais evitar a oferta desses lotes grandes para prazos mais curtos. Ele precisa se financiar, só que agora com um perfil de dívida pior." Para o profissional, a despeito das medidas de ajuste fiscal anunciadas pela nova equipe econômica, o mercado ainda se mostra reticente em dar mais um voto de confiança ao governo. Por isso, ele não vê por ora uma diminuição da procura por títulos com vértices mais curtos. "A inflação de curto prazo ainda está alta e não há nada no horizonte que sugira que ela vai diminuir. Além disso, o BC ainda não conseguiu ancorar as expectativas [de inflação] nem para 2016. Isso tende a manter a demanda por papéis mais curtos", afirma. Ontem, as taxas dos contratos de juros futuros encerram em alta, acompanhando a valorização dólar e dos Treasuries. A taxa do DI na BM&F com vencimento em janeiro de 2016 subiu para 13,21% (ante 13,18% do ajuste do pregão anterior). Já a taxa do DI para janeiro de 2021 avançou para 12,75%, de 12,67% do fechamento do pregão anterior. Já o dólar subiu 1,20%, cotado a R$ 2,8656, acompanhando o movimento no exterior.

 

Fonte:  Valor Online 20/02/2015


•  Voltar as Notícias
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Federação dos Contabilistas nos Estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Bahia
Av. Presidente Vargas, 583 - Sala 220
CEP: 20071-003 - Centro - Rio de Janeiro / RJ
Fone: (21) 2220-4358 - E-mail: fedcont@fedcont.org.br
Funcionamento: Seg à Sex de 09h às 17h
Filiado a