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Dólar forte limita ajuda da queda de commodities na inflação

Nos primeiros três meses deste ano, os preços administrados subiram 8,47% e responderam sozinhos por mais da metade da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Como a maior parte do aumento dos itens monitorados já entrou na inflação (80% da correção esperada para energia já aconteceu e transportes públicos sobem na maioria das capitais no começo de cada ano), os índices mensais devem sair do patamar de 1,2% do primeiro trimestre para média inferior a 0,5% nos próximos nove meses. A trajetória da inflação, dizem os economistas, passa a ser definida pela "disputa" entre dólar em alta e commodities em baixa, assim como a atividade econômica mais fraca. No atacado, as pressões do impacto do dólar já neutralizaram a ajuda benigna que as commodities vinham dando aos preços. Para analistas, esse movimento deve ser observado nos próximos meses no varejo, embora a inflação geral deva desacelerar com a saída da maior parte do "tarifaço" e perda de fôlego de alimentos in natura e combustíveis. Salomão Quadros, superintendente-adjunto de preços do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV), observa que os dados de inflação de março e abril já mostram o avanço do câmbio nos Índices Gerais de Preços (IGPs). "O equilíbrio se desfez e o impacto do câmbio sobre a inflação ficou mais claro", diz ele, em referência aos dois movimentos distintos (queda de commodities e dólar valorizado). Por enquanto, acrescenta o superintendente do Ibre, o efeito está mais forte no atacado e bem fraco ao consumidor. Quadros usa alguns exemplos dessa "virada". O minério de ferro acumula queda de 40% em 12 meses, mas subiu 1,93% em abril, na primeira prévia do Índice Geral de Preços -Mercado (IGP-M). Na área agrícola, um exemplo é trigo, com queda de 23,8% em 12 meses, mas que subiu 3,81% na prévia de abril. "O câmbio começou a ganhar essa queda de braço", afirma ele. A economista Priscilla Burity, do banco Brasil Plural, faz uma leitura semelhante, olhando os dados de forma diferente. No primeiro trimestre deste ano em relação ao último do ano passado, o preço de várias commodities ainda caiu em dólar, como no minério de ferro (queda de 16%), açúcar (-10%), trigo (-8%) e soja (-3%), mas na maioria dos produtos a desvalorização do real (de quase 13%) já supera o recuo. Além da defasagem com que o repasse do câmbio aos preços domésticos acontece, Priscilla explica que os mercados futuros já sugerem acomodação do preço das commodities, enquanto a tendência do dólar é de um pouco mais de apreciação. O Brasil Plural projeta câmbio a R$ 3,20 no fim do ano, acima da média de R$ 3,10 da última semana. "Apesar da queda das commodities, o câmbio se sobrepôs", diz ela, acrescentando que a inflação dos próximos meses será ditada pelo "embate entre a desvalorização do real de um lado e a atividade fraca" do outro. Essa "disputa", acrescenta, deve ficar mais presente já ao longo deste segundo trimestre. A inflação dos preços dos bens "tradables" (que podem ser comercializados com o exterior) está acumulada em 5,69% em 12 meses, bem abaixo do que aconteceu com o câmbio nesse período, observa Priscilla. Segundo Flávio Serrano, economista-sênior do banco Besi Brasil, o repasse cambial vai limitar a descompressão prevista para o IPCA de abril a junho, mas o dólar não vai se sobrepor à sazonalidade inflacionária mais favorável. Em suas estimativas, o indicador vai avançar, em média, 0,48% ao mês no segundo trimestre. Terão influência nesse alívio, além da saída de boa parte dos reajustes de tarifas públicas, o comportamento mais tranquilo dos preços de alimentos, cuja inflação mensal superou 1% no primeiro trimestre, em média, e a entrada da safra da cana-de-açúcar, que derruba os preços de etanol e também puxa para baixo a gasolina nas bombas. "É um período bastante favorável para as taxas mensais do IPCA e teremos a sensação de que as coisas estão melhorando, mas esse movimento já era amplamente antecipado", ressalta Serrano, ponderando que, no médio e longo prazos, os efeitos do real mais depreciado sobre o IPCA ficarão mais visíveis. Do aumento de 7,9% projetado pelo Besi para a inflação deste ano, cerca de dois pontos devem vir apenas da desvalorização cambial, segundo a projeção do economista. Quadros, da FGV, espera que o repasse da alta do dólar se intensifique no atacado e comece a chegar ao consumidor, especialmente pelos alimentos. O próprio trigo é um exemplo. O pão francês (influenciado pelo preço da farinha de trigo) subiu 1,11% em abril, mas a alta em 12 meses é de 4,8%, bem abaixo da média dos alimentos. Óleo de soja, que ainda estava em queda em março, subiu 2,32% na prévia do IGPM de abril, informa. "Não estou dizendo que o câmbio vai fazer a inflação ao consumidor mudar de nível, mas o impacto estava sendo amortecido pela queda das commodities e isso mudou", pondera. Priscilla, do Plural, não trabalha com a ideia de uma inflação em forte desaceleração porque em 12 meses ela continuará acima de 8% ao longo de todo o ano. Para abril, o banco projeta um IPCA de 0,6%, mais de 50% inferior à inflação de março. "Mas na média, a inflação dos próximos nove meses será semelhante a que tivemos no mesmo período do ano passado", argumenta. Ela chama atenção para a inflação de serviços. Embora o dado de março tenha surpreendido ao permitir um recuo da taxa em 12 meses de 8,58% para 8,04%, ela pondera que essa queda foi determinada pela retração em passagens aéreas. Sem esse preço, o nível da inflação de serviços se manteve.

Fonte:  Valor Online - Segunda feira, 13 de abril de 2015.


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