Autor(es): Fernanda Nunes / Márcio Rodrigues
Um dia depois de o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) confirmar o estouro da meta de inflação em março, com a taxa de 6,59% para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 12 meses, o mercado de juros futuros voltou a ficar pressionado ontem com a divulgação da primeira prévia da inflação de abril pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).
A inflação medida pelo Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) veio no teto das expectativas do mercado, com 0,42% na primeira medição de abril, após apresentar aumento de 0,15% na mesma prévia relativa a março. A reação veio logo pela manhã, com apostas de alta nos juros futuros, mas à tarde o movimento perdeu fôlego.
Os operadores de mercado concluíram que o ganho inicial dos juros teve um pouco de exagero, e já no período da tarde alguns investidores decidiram inverter posições. Ainda assim, o resultado da prévia do IGP-M, a aceleração do IPCA e até mesmo algumas leituras sobre o impacto da inflação no fraco resultado do varejo em fevereiro garantiram a alta das taxas de juros.
O aumento da inflação de março para abril pode ser passageiro, na avaliação do economista Salomão Quadros, do Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/ FGV). "Pode ser prematuro dizer que esse número vai prevalecer até o fim do mês", diz Quadros.
Nessa prévia do IGP-M prevaleceu, dentro da alta do índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), de 0,38%, a pressão exercida pelo tomate, cuja inflação passou de -2,43% para 40,25%, e também do óleo diesel, que subiu 5%, ainda resquício do reajuste da Petrobrás no início de março.
"São aumentos de preços fortes, que podem não se sustentar", diz Quadros.
Fonte: O Estado de S. Paulo - 12/04/2013