A diretoria da Ciplan, que responde por quase metade da produção de cimento no Distrito Federal, já começou a repensar projetos e não descarta demissões
Sufocada por burocracia, dificuldade logística e desinteresse político, a atividade industrial do Distrito Federal e Entorno (Região Integrada de Desenvolvimento Econômico Ride) esta ainda mais fragilizada pela crise financeira que o Brasil atravessa. Pequena e com pouca contribuição no Produto Interno Bruto (PIB) local, o segmento esta encolhendo. Boa parte das fabricas instaladas diminuiu a capacidade produtiva, assim como os postos de trabalho. No lugar de crescer, a atividade fabril retrai na região. Enquanto no Brasil, a industria corresponde a 23,4% das riquezas produzidas, no DF, o índice e de 5,7% a menor participação registrada nos últimos 10 anos na capital. Em 2005, ela chegou a significar 7,5% do PIB local. Em cidades como Luziânia (GO), uma das principais economias do Entorno, o ultimo PIB consolidado mostra que a fatia do setor na economia municipal caiu de 34,9% em 2010 para 32% em 2012.
O índice de confiança do empresário da industria do Distrito Federal, medido pela Federação das Industrias do Distrito Federal (Fibra), atingiu o menor patamar dos últimos cinco anos e a tendência e de queda fechou marco em 34,6 pontos, em uma tabela de 0 a 100. Em Goiás, não existe um estudo especifico para a região do Entorno, mas em todo o estado a sensação de incerteza econômica ganha forca e os índices despencaram nos últimos 12 meses em marco de 2014, ficou em 39,1, sendo que no mesmo mês do ano anterior estava em 57,8. Os indicadores mostram a redução da atividade econômica, mas não sabemos a extensão disso na industria. A gente vê que a maior parte da atividade industrial local e pequena e sente mais a crise porque trabalha no limiar, não tem margem, não tem gordura, não tem tamanho para suportar a economia fragilizada, analisa Jamal Bittar, presidente da Fibra.
A Ciplan, uma das mais tradicionais cimenteiras do Distrito Federal e responsável por quase metade (45%) do mercado, informou que as vendas de 2015 reduziram em 30% na comparação com o ano passado. Por causa desse cenário, suspendeu os principais projetos da companhia, como expansão da capacidade produtiva e troca da frota de caminhões betoneiras. Alem disso, a empresa não descarta a possibilidade de demissões.
Fonte: Correio Braziliense Online - Sexta feira, 24 de abril de 2015.