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Racionamento de energia sai de cena, mas projeções para o PIB não melhoram

O risco de racionamento de energia elétrica e de água saiu de cena para 2015, mas as projeções para o comportamento do Produto Interno Bruto (PIB) continuaram piorando. Entre o fim de fevereiro - auge da preocupação com o a oferta de energia - e a semana passada, a média das estimativas para o PIB saiu de queda de 0,6% para recuo de 1,1%. A rápida deterioração do mercado de trabalho e um contágio maior que o previsto inicialmente dos efeitos da Operação Lava-Jato sobre o investimento explicam a piora das projeções mesmo com a eliminação do risco de racionamento. Em meados de fevereiro, com o regime de chuvas muito desfavorável observado no mês anterior, o Banco Safra incluiu em seu cenário a hipótese de racionamento de energia, com corte de 10% da oferta desse insumo, diz Carlos Kawall, economista-chefe do banco. Como naquele período a confiança de consumidores e empresários também dava sinais de piora bastante rápida, Kawall cortou sua estimativa de queda para o PIB de 2015 de -0,3% para -1,3%. De lá para cá, afirma, as chuvas melhoraram, o aumento das contas de luz foi maior do que esperado e, de certa forma, a própria fraqueza da economia contribuiu para limitar o consumo de energia, o que tirou a perspectiva de racionamento do radar. Kawall, porém, não alterou sua estimativa de recessão para 2015, principalmente por causa dos efeitos da Lava-Jato sobre os investimentos, que podem tirar cerca de 1 ponto do PIB. "No começo, a gente contava que a redução de investimentos na Petrobras tiraria algo como 0,5 ponto da atividade em 2015, mas o impacto vai além do que é estritamente ligado à estatal", diz Kawall, que estima retração de 9% da formação bruta de capital fixo neste ano. Além disso, comenta, os dados de atividade no curto prazo também foram mais fracos do que se esperava no início do ano. David Beker, chefe de economia e estratégia para o Brasil do Bank of America Merrill Lynch, ampliou sua projeção de queda do PIB em 2015 de 0,5% para 1,3% no fim da semana passada. O racionamento nunca foi incorporado ao cenário principal de Beker. A piora em sua estimativa agora veio de uma perspectiva muito negativa para o consumo das famílias (de -0,1% para -0,6%) e para o investimento (a projeção de queda de 4,4% foi ampliada para 6,5%). Pelo lado das famílias, é a rápida deterioração do mercado de trabalho que explica a revisão para baixo na projeção desse componente do PIB, afirma. Para Alexandre Andrade, economista da GO Associados, o aumento do desemprego no primeiro trimestre foi relevante e outros indicadores, como a produção industrial, também sinalizam atividade estagnada. "Ou seja, mesmo que a probabilidade de racionamento tenha se reduzido, não dá para traçar cenário melhor para 2015", diz. A consultoria projeta queda de 0,5% do PIB neste ano, mas Andrade avalia que esse número ainda pode piorar um pouco. Uma nova revisão, porém, só deve acontecer em maio, depois de divulgados o contingenciamento do Orçamento e o pacote de concessões de infraestrutura, previstos para o mês que vem. Já o Itaú reduziu recentemente sua estimativa para a economia, de queda de 1,1% para -1,5%. Rodrigo Miyamoto, economista do banco, avalia que a demanda dá sinais de esgotamento, motivada pela antecipação do consumo nos últimos anos, e acredita que a deterioração do mercado de trabalho ainda deve se acentuar ao longo do ano, com desemprego de 7,3% ao fim de 2015, na série com ajuste sazonal do banco. Com isso, diz, dificilmente a confiança de consumidores e empresários deve se recuperar no curto prazo, o que leva a crer que a atividade vai permanecer fraca no restante do ano. "A fase mais aguda de revisão de estimativas pode ter passado, mas ainda existem riscos consideráveis, não dá para falar em reversão de tendência", diz. Guilherme Loureiro, economista-chefe do UBS, também incluiu nas suas projeções um aumento expressivo do desemprego neste ano e no próximo - a média de 4,8% de 2014 crescerá para 6,2% este ano e para 7,2% em 2016. Apesar dessa piora, ela manteve uma projeção de queda de PIB de 0,5%, abaixo da média do mercado. A diferença entre a estimativa de Loureiro e as demais é que ele espera um pequeno aumento de 0,2% no consumo das famílias e queda considerável de importações, de 4,5% no ano. "Não podemos esperar que todo ajuste de demanda aconteça sobre a produção local", pondera Loureiro. "Uma evolução de 0,2% no consumo das famílias já é uma forte desaceleração perante a média de 5,2% de crescimento nesse componente do PIB entre 2004 e 2011", acrescenta Loureiro. Se é ruim para a atividade e vai puxar a redução do consumo privado, o crescimento do desemprego confirma o ajuste em curso na economia e ajudará a controlar a inflação de serviços, diz Beker, do BofA. Nas projeções do banco, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) encerra este ano em 8% e recua para 5,5% em 2016, com a inflação de serviços passando de 7,6% este ano (já abaixo dos 8,3% do ano passado) para 6% no ano que vem. Apesar da moderação de preços prevista para o próximo ano, as estimativas de recuperação da economia em 2016 são modestas. Para Loureiro, do UBS, que estima alta do PIB de 1,3% no ano que vem, o desemprego vai manter o consumo das famílias contido em 2016, mas a queda dos níveis de inflação pode devolver algum poder de compra. Nas suas projeções (uma das menores do mercado), o IPCA recua para 5,2% no próximo ano, uma melhora muito concentrada no primeiro semestre do ano, quando a inflação em 12 meses "perde" o ajuste dos preços administrados ocorrido neste início de 2015. Beker, do BofA, reduziu sua projeção para o crescimento de 2016, de 1,8% para 1,1%, mas espera alguma recuperação do investimento, com alta de 4% em 2016, com ajuda das novas concessões. Os leilões de infraestrutura também são a aposta de Andrade, da GO Associados, para uma pequena recuperação da economia no ano que vem, com alta de 1% do PIB no período. O real mais desvalorizado também deve reanimar o setor industrial, depois do tombo de 2,5% da produção esperado para este ano.

Fonte:  Valor Online - Quarta feira, 29 de abril de 2015.


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