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Indústria encolhe há 13 meses, período que já supera queda vista no pós-crise de 2008

A trajetória recessiva da indústria se aprofundou em março, quando a produção recuou 0,8% em relação a fevereiro, feitos os ajustes sazonais, depois de já ter diminuído 1,3% na comparação anterior - dado que foi revisado de uma queda de 0,9%. O novo resultado negativo divulgado ontem pelo IBGE na Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física (PIM-PF) veio pior do que o esperado pelos analistas - que previam recuo de 0,3%, de acordo com as projeções colhidas pelo Valor Data - e poderia ser ainda pior não fosse o setor extrativo mineral, que avançou 0,5% no mês. O desempenho ruim da produção se mostra também persistente. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, a indústria encolheu 3,5%, mesmo contando com três dias úteis a mais do que março de 2013. Esse foi o 13º recuo seguido sob essa ótica, um novo recorde na série iniciada em janeiro de 2002 - a comparação com igual mês do ano anterior só começou portanto em 2003. Até então, a maior sequência de quedas eram os 12 meses entre novembro de 2008 e outubro de 2009. Com o número de março, a atividade industrial fechou o primeiro trimestre de 2015 com retração de 2,4% ante os últimos três meses de 2014, sétima contração seguida nessa comparação, comportamento que reforçou previsões também negativas para o Produto Interno Bruto (PIB) neste início de ano (Ver análise em Setor fica pior que o esperado no 1º tri). Em março, a retração frente a fevereiro foi espalhada em todas as categorias econômicas pesquisadas pelo IBGE e em 14 dos 24 ramos de atividade analisados, com destaque para veículos automotores, reboques e carrocerias (- 4,2%) e máquinas e equipamentos (-3,8%). "O mercado interno contribui pouco para retirar a indústria dessa situação, e o resultado está bem disseminado em termos de queda" disse André Macedo, gerente da coordenação de indústria do IBGE. Para Rodrigo Myiamoto, do Itaú Unibanco, além do elevado nível de estoques acumulado principalmente pelos segmentos de bens de capital e bens duráveis, em linha com o enfraquecimento da demanda, alguns fatores "extraordinários" prejudicaram ainda mais a produção neste começo de ano. "Houve uma queda da confiança maior que a observada no período recente, puxada por setores específicos, como a construção civil. Os ajustes fiscais também provocaram uma demanda menor no curto prazo, o que afeta a produção." O economista Caio Megale, também do Itaú, acrescenta que a volatilidade da taxa de câmbio foi outro ponto que influenciou negativamente a confiança do empresariado. Junto às incertezas domésticas e aos efeitos restritivos do ajuste no curto prazo, a combinação para a indústria foi muito ruim neste primeiro trimestre, diz Megale. Um sinal adicional de fraqueza do setor vem da constatação de que, em março, a produção se situou 11,2% abaixo do pico alcançado em junho de 2013, ficando no mesmo nível de janeiro de 2007, nos cálculos de Alberto Ramos, chefe de pesquisa para América Latina do Goldman Sachs. "Isso mostra, entre outras coisas, que a política recente de desenvolvimento de campeões nacionais por meio de relaxamento do crédito, junto a benefícios fiscais a setores selecionados, regras de conteúdo nacional, acesso preferencial às compras do setor público e proteção comercial falhou", argumentou. Na avaliação de Ramos, esse modelo não funcionou porque a inflação elevada e os ganhos salariais acima do crescimento da produtividade pressionaram os custos industriais, ao mesmo tempo em que o período de real sobrevalorizado - devido, em parte, a intervenções no mercado de câmbio - minou a competitividade externa da indústria. Como restrições a uma possível melhora nos próximos meses, o economista menciona, entre outros fatores, o acúmulo de inventários, os baixos índices de confiança, aumentos de custos com energia e impostos e a demanda externa também desaquecida. Os primeiros indicativos para o segundo trimestre estão em linha com este cenário. Segundo Bruno Rovai, economista para Brasil do Barclays, o resultado de março ainda não foi o piso da indústria, que deve ter continuado em queda no mês passado. Em relatório, Rovai afirma que os indicadores antecedentes conhecidos até agora apontam para um período de fraqueza prolongado da atividade industrial. São eles o Índice de Confiança da Indústria (ICI) medido pela Fundação Getulio Vargas, que atingiu em abril o menor nível da série histórica, iniciada em outubro de 2005, e a trajetória decadente do Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) do setor, também calculado pela FGV, que passou de 80,4% para 79,9% de março para abril - mesmo patamar de julho de 2009. Myiamoto, do Itaú, também avalia que a tendência para o segundo trimestre é de deterioração, após a esperada queda de 0,4% do PIB de janeiro a março. "Os estoques estão muitos altos e a confiança não está voltando."

Fonte:  Valor Online - Quinta feira, 07 de maio de 2015.


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