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BC trava batalha para recuperar credibilidade perdida

Dois anos depois de ter iniciado o atual ciclo de alta de juros, o Banco Central começa a colher os primeiros resultados na retomada da credibilidade da política monetária e na coordenação das expectativas, ainda que tímidos e insuficientes para reverter a descrença no cumprimento do centro da meta em 2016. Os juros já subiram seis pontos percentuais nesse período, para 13,25% ao ano, mas foram apenas as indicações mais recentes do BC de que o trabalho não está concluído que mudaram a visão de analistas econômicos. Ainda há muita descrença, mas também declarações favoráveis. E surgem as primeiras críticas de que a autoridade monetária pode estar exagerando na dose de alta de juros. O melhor termômetro da credibilidade do BC são as expectativas de inflação ancoradas na meta. Por esse critério, o BC tem muito a dever: a inflação projetada pelo mercado para 2016, alvo principal da política monetária, está em 5,6%, bem acima da meta, de 4,5%. O Banco Central definiu como objetivo da política monetária ancorar a inflação na meta em 2016. Mesmo sem as expectativas estarem na meta, analistas econômicos notam progressos. Marcelo Kfoury, superintendente do Departamento Econômico do Citi Brasil, diz que o fato de as expectativas para 2016 terem se mantido basicamente estáveis, em 5,6%, em meio a uma piora do cenário inflacionário deste ano é um sinal de ancoragem das expectativas. "Esse é um ganho que não deve ser desprezado." Estudos do Banco Central mostravam, no começo do ano passado, que surpresas na inflação mensal levavam a uma forte alta nas expectativas de inflação 12 meses adiante. Ou seja, as expectativas eram contaminadas pela inflação passada, em vez de mirarem o futuro. No primeiro trimestre deste ano, a surpresa inflacionária foi gigantesca, mas a expectativa de inflação ficou estável. Esse seria um sinal de que os analistas estão dando um peso maior ao cenário futuro - que, entre outros fatores, é influenciado pela política monetária - na formação das expectativas inflacionárias. Um ponto em disputa é se a estabilidade da expectativa de inflação em 2016 é mérito do BC. Flávio Serrano, economista sênior do Departamento Econômico BESI Brasil, acha que, na verdade, esse seria o efeito de uma antecipação da correção de preços administrados. "Não tem a ver com ganho de credibilidade do Banco Central", afirma. Antes, o mercado contava que a alta das tarifas públicas seria distribuída ao longo dos próximos anos. Como o forte do ajuste ocorreu agora, no primeiro trimestre de 2015, sobrou pouco para 2016, por isso as expectativas estão bem comportadas. Contra essa tese, pesa o fato de terem recuado também as expectativas de inflação de prazo mais longo, entre 2017 e 2019, quando se espera que o ajuste das tarifas tenha se exaurido As projeções para 2017 e 2018 saíram de 5,5% para 5%; para 2019, para 4,7%. Mas essas projeções de longo prazo não absolvem o BC - o fato de ainda estarem acima de 4,5% num horizonte tão longo depõe contra a sua credibilidade. Numa travessia de mais de dois anos, ventos inflacionários contrários tenderiam a se anular com os positivos, e uma boa condução da política monetária teria tempo suficiente para assegurar a inflação na meta. Carlos Kawall, economista-chefe do Banco Safra, nota que a inflação embutida em títulos vendidos pelo Tesouro (tecnicamente, a inflação implícita das NTN-Bs com vencimento em 2016) recuou cerca de 0,8 ponto percentual nas últimas semanas. A inflação esperada ainda está alta, em 5,9%, mas houve uma queda importante em relação a percentuais acima de 6,5% precificados nesses papéis. "É um movimento de melhora das expectativas mais benéfico do que o da pesquisa Focus", diz Kawall, referindo-se a uma pesquisa de expectativas que o BC faz com cerca de cem analistas econômicos do mercado. Kawall também chama a atenção para o fato de que, com suas sinalizações de política monetária, o BC conseguiu empurrar um pouco mais para adiante a expectativa do mercado sobre um eventual desaperto monetário. Até fins de março, a aposta mediana dos analistas era que o BC subiria os juros até junho, para 13,5% ao ano, mas começaria a cortá-lo duas reuniões adiante, em outubro. Até quinta-feira, o consenso era que o juro começaria a cair somente em janeiro. A ata do Copom divulgada semana passada enterrou a possibilidade de uma baixa na taxa tão cedo. Outra questão em aberto é se a melhora na coordenação das expectativas de inflação ocorrida até agora se deve mais à ação do BC do que à mudança na política fiscal, sob o comando do novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy. "É um reflexo da política econômica como um todo, não apenas dos ganhos de credibilidade do BC", diz Thaís Zara, economista-chefe da consultoria Rosenberg Associados. A percepção geral também é que hoje a mensagem do BC está mais clara, embora ao longo do caminho tenham sido registrados alguns tropeços de comunicação - como a indicação feita pelo BC, em dezembro, de que iria subir os juros com "parcimônia", que foi logo abandonada. A menor inflação projetada pelos cerca de cem analistas econômicos consultados pela pesquisa Focus é exatamente 4,5%. Mas um mapa com a distribuição das projeções divulgado pelo BC mostra que apenas algo como 2% deles acreditam em inflação em 4,5% em 2016. Menos de 5% acredita em inflação menor que 5%. O Citi, de Kfoury, projeta inflação em 5,5% em 2016, mas considera que há boas chances de o índice ficar em 5%. O Safra, de Kawall, projeta 5,9%, em grande parte porque prevê um dólar mais caro. A Rosenberg Associados, de Thaís Zara, prevê 5%, fruto da forte desaceleração da economia. O BESI Brasil, de Serrano, projeta 5,8% em seus modelos. Isso não significa que os analistas econômicos considerem o cumprimento da meta um evento impossível, mas sim que esse é o desfecho com chances menores de ocorrer. Os modelos do Safra constatam que a chance de a inflação ficar em 4% ou abaixo disso é de 25%, enquanto que a chance de superar 6,5%, teto da meta, é de 41%. As demais instituições ouvidas nessa reportagem citaram chances entre 10% e 25% de a inflação ficar em 4,5%. A inflação em 4,5% sé improvável por vários motivos. O principal deles é que o índice vai ser muito alto neste ano, estimada em 8,26%, e exigiria um esforço tão grande em termos de alta de juros e de queda da economia e emprego que nenhum Banco Central em sã consciência toparia fazer e cujo preço nenhum governo democraticamente eleito conseguiria pagar. Leia mais em:  Mercado vê com ceticismo teses do Banco Central Ancoragem de expectativas volta a ser objetivo central da política monetária Taxa Selic pode alcançar 14,25%, prevê executivo da Bram.

Fonte:  Valor Online - Segunda feira, 11 de maio de 2015.


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