Brasilia - Pela quinta semana consecutiva, os analistas ouvidos pelo Banco Central para o Relatorio de Mercado Focus elevaram a previsao para o Indice de Precos ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano. A expectativa e que o indicador oficial de inflacao encerre 2015 em 8,31%, contra 8,29% da semana anterior.
Ha um mes, essa projecao estava em 8,23%. No Top 5 de medio prazo, grupo dos economistas que mais acertam as estimativas, a mediana das previsoes para o IPCA deste ano segue bem acima da banda superior de 6,5% da meta, mas ficou estacionada em 9,02% esta semana. Ha um mes estava em 8,67%.
Para o fim de 2016, a mediana das projecoes para o IPCA caiu mais um pouco, de 5,51% para 5,50% - quatro edicoes atras estava em 5,60%. Ja no Top 5 de medio prazo, a projecao para a inflacao ao final do ano que vem ficou estagnada em 6,00%. Um mes antes estava em 6,40%.
As expectativas para a inflacao suavizada 12 meses a frente foram reduzidas de 5,94% para 5,93%. Ha quatro semanas estava em 6,04%. Para maio, a mediana das previsoes subiu para 0,51% e, para junho, para 0,32%, segundo o mercado - na semana passada, essas projecoes eram de, respectivamente, 0,50% e 0,30% e, um mes antes estavam em 0,49% e 0,30%.
Longo prazo - Puco a pouco, o Banco Central tem conseguido mexer com as expectativas de inflacao para o longo prazo. As previsoes do mercado financeiro seguem ainda acima de 4,5%, referencia atual de meta estipulada pelo Conselho Monetario Nacional (CMN) para 2015 e 2016, mas mostram algum refresco.
Na sexta-feira passada, o diretor de Politica Economica do BC, Luiz Awazu Pereira da Silva, voltou a enfatizar que o recuo das projecoes tem sido positivo, mas ainda insuficiente para fazer com que a autoridade monetaria levasse a inflacao para o centro da meta no fim do ano que vem.
A reducao mais significativa do mercado se deu para o ano de 2019, prazo mais longo que pode ser consultado na serie de estatisticas consolidadas da pesquisa Focus. A expectativa mediana acumulada para esse ano passou de 4,70% na semana passada para 4,59% agora.
No caso de 2018, a queda no periodo foi de 5,00% para 4,90%, tambem se levando em conta a mediana das projecoes. Para 2017, a taxa esperada ficou inalterada em 5,00% e, para 2016, como mostrou ja o Relatorio de Mercado Focus, sofreu um leve ajuste de 5,51% para 5,50%.
Expectativa - Essas reducoes sao amplamente aguardadas pelo BC. O presidente da instituicao, Alexandre Tombini, falou pela primeira vez nesse assunto no final de janeiro, em Davos, na Suica. Na ocasiao, ele atribuiu a entao queda das previsoes ao efeito da mudanca do governo sobre sua politica fiscal.
Na ultima ata do Comite de Politica Monetaria (Copom) divulgada na semana retrasada, a diretoria do BC admitiu que a convergencia da inflacao para o centro da meta esta mais dificil e que, em vez de ser vista "o longo do proximo ano", sera verificada apenas no fim de 2016.
A instituicao nao tem mais foco na inflacao deste ano, em relacao ao cumprimento da meta, por causa do processo de realinhamento de precos - dministrados em relacao aos livres e internos ante os externos. Apesar disso, tem enfatizado que combatera os efeitos de segunda ordem desses aumentos e que eles ficarao circunscritos a 2015, nao contaminando, assim, as taxas de 2016.
Fonte: Diário do Comércio - MG - Terça feira, 19 de maio de 2015.