Brasilia - Familias com renda mais comprometida e industria em retracao, devido a queda do consumo, fizeram com que o Indice de Atividade Economica do Banco Central (IBC-Br) encolhesse 0,81% no primeiro trimestre deste ano na comparacao com os tres meses anteriores, segundo a serie ajustada da autoridade monetaria.
Ainda de acordo com o BC, no primeiro trimestre de 2015 ante o mesmo intervalo do ano passado houve retracao de 1,98% na serie sem ajuste, marcando o pior resultado para o periodo desde 2009, quando o mundo enfrentava os reflexos da maior crise financeira global das ultimas decadas.
Na mesma base de comparacao, as taxas encontradas nos anos anteriores foram de +2,13%, em 2014; +2,62%, em 2013; +0,31%, em 2012; +4,26%, em 2011; +10,77%, em 2010; e -3,89%, em 2009. Ja em marco, foi registrada queda de 1,07% ante fevereiro e expansao de 0,54% frente ao mesmo mes de 2014, tambem na serie sem ajustes sazonais. Nos ultimos 12 meses, o indice do BC revela que a economia brasileira encolheu 1,18%.
As contas ja consideram as mudancas metodologicas do calculo do Produto Interno Bruto (PIB) feitas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica (IBGE). Como os economistas do mercado financeiro nao sabiam como o BC atualizaria o metodo de calcular o IBC-Br, o indice de crescimento criado pela autarquia, fizeram projecoes com os dados antigos.
A aposta media geral dos analistas era de retracao de 0,7% nos tres primeiros meses deste ano. As previsoes variavam entre queda de 0,4% a 1% na atividade economica.
Comercio - Essas expectativas foram feitas apos o IBGE divulgar, na semana passada, que o comercio recuou 0,8% nas vendas no primeiro trimestre em relacao ao mesmo periodo do ano passado, o pior resultado dos ultimos 12 anos. Com menos dinheiro no bolso - por causa do aumento do desemprego, desaceleracao do crescimento da renda, inflacao que corroi cada vez mais o salario do trabalhador e juros mais altos - as familias consomem menos.
Na hora de calcular o IBC-Br, a autoridade monetaria tambem usa o desempenho da industria. Com o consumo em queda, os empresarios ficam mais cautelosos e produzem menos. E prova disso e qua a producao do setor caiu nada menos do que 5,9%.
O Banco Central revisou para cima o desempenho do IBC-Br em fevereiro: de crescimento de 0,36% divulgado anteriormente para alta de 0,59%. Ja o indice de janeiro foi recalculado para baixo: de contracao de 0,11% para recuo de 0,30%. (AG/AE)
Fonte: Diário do Comércio - MG - Sexta feira, 22 de maio de 2015.