Belém. Depois de denúncias apresentadas por representantes do Movimento de Atingidos por Barragens (MAB) de que há violação dos direitos humanos de comunidades ribeirinhas, de pescadores e de indígenas no processo de construção da Hidrelétrica de Belo Monte, o Ministério Público Federal (MPF), em Altamira (PA), iniciou, ontem, no sudoeste do Pará, série de visitas a comunidades atingidas direta ou indiretamente pela construção da barragem.
Além de integrantes do MPF, participam da inspeção representantes do Conselho Nacional dos Direitos Humanos (CNDH), ligado à Secretaria de Direitos Humanos da Presidência.
Até amanhã, o MPF e o CNDH verificam como estão ocorrendo a remoção compulsória das populações ribeirinhas, os reassentamentos e se a barragem está levando problemas para as comunidades que vivem às margens do Rio Xingu.
Segundo o MAB, mais de 3 mil famílias cadastradas estão sem possibilidade de optar pelo reassentamento, sendo obrigadas a aceitar a reparação financeira. A reportagem não conseguiu fazer contato com a assessoria do Consórcio Norte Energia, responsável pela obra, para ouvir as explicações do consórcio.
Integrante do CNDH, a Dhesca Brasil solicitou ao Consórcio Norte Energia autorização para que parte da comitiva possa ter acesso à central de concreto da hidrelétrica. No sábado (30) um silo de concreto desabou, provocando a morte de três operários e deixando outros três feridos.
Fonte: Diário do Nordeste - Terça feira, 02 de junho de 2015.