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Crédito cresce mais do que PIB no Brasil, diz Febraban

São Paulo - O Brasil passa por um momento difícil e os bancos têm sido parte da solução e não dos problemas. A afirmação foi feita ontem pelo presidente da Febraban, Murilo Portugal, durante abertura da 25ª Ciab Febraban. "A agenda é extensa e os desafios são grandes para o País e para os bancos. Mas sou otimista em relação ao futuro. Embora o País esteja atravessando um momento difícil, o Brasil avançou muito nas últimas duas décadas, no desenvolvimento econômico, na inclusão social e no campo institucional", afirma. 

Durante sua apresentação, Portugal ressaltou ainda que o setor bancário brasileiro é bastante resistente a choques. De acordo com ele, o Banco Central (BC) conduz regularmente testes de estresse para avaliar a solidez dos bancos brasileiros. Segundo estes exercícios, se a taxa de empréstimos em atraso, que atualmente é de 3%, mais do que dobrasse para 7%, o maior nível histórico já registrado no Brasil, os bancos que ficariam abaixo do índice mínimo de adequação do capital representariam apenas 1% dos ativos do setor bancário. Caso os empréstimos em atraso aumentassem quase 5 vezes o seu nível atual, atingindo 14,2%, o aumento de capital que seria necessário no sistema seria de apenas 3,7%. 

O presidente da Febraban lembrou que a população bancarizada vem crescendo há dez anos ao ritmo de 8% ao ano. Além disso, em 2003 o crédito bancário às empresas e às famílias totalizava cerca de R$ 300 bilhões, o equivalente a quase 25% do Produto Interno Bruto (PIB). Hoje, o crédito bancário ao setor privado é superior a R$ 3 trilhões e equivale a 55% do PIB. "Há mais de uma década que o crédito cresce mais rápido do que o PIB", diz.

O executivo destacou também que, embora a taxa de bancarização no país seja de 60% da população economicamente ativa, ainda está bem longa da registrada nos Estados Unidos, de 96% a 97%. "Temos ainda um grande potencial de expansão sustentada nos próximos anos", afirma.

Portugal disse ainda que a evolução do mercado bancário não teria sido possível sem a tecnologia da informação, que tornou o banco acessível a milhões de pessoas, seja nas localidades mais remotas, seja nas grandes cidades fora do horário normal de atendimento. "A tecnologia da informação imprimiu agilidade e segurança na transferência de recursos e contribuiu para o aumento da bancarização da população brasileira", afirma.

Segundo dados da Febraban, o número de contas com internet banking, que mal passava de 8 milhões no início dos anos 2000, hoje chega a 51 milhões de contas entre pessoas e empresas, que realizaram 19 bilhões de transações por esse canal de atendimento em 2014. No mobile banking, cerca de 1 milhão de contas, menos de 1% do total de contas correntes, estava habilitadas a usar esse recurso em 2010. No ano passado, mais de 25 milhões de contas correntes estavam aptas a realizar transações por meio do canal móvel, correspondendo a 24% do total de contas. "A combinação dos telefones móveis inteligentes, os smartphones, com a mídia social, a computação nas nuvens e a análise de grandes volumes de dados não estruturados, o big data, irão transformar a indústria bancária em todo mundo, numa verdadeira revolução digital", afirma. 

O diretor setorial de tecnologia bancária da Febraban Gustavo Fosse, destacou o papel percussor da Ciab. "A Ciab faz jus ao papel de grande consumidor de tecnologia no Brasil. Com a sociedade caminhando para um perfil hiperconectado e com efervescência tecnológica atual, a tendência é de que o setor evolua ainda mais", afirma. "Estamos vivendo a era dos bancos digitais, que cada ano ganha mais a preferência do consumidor brasileiro", diz. 

Durante palestra no evento, o presidente do Banco do Brasil, Alexandre Abreu, destacou o grande potencial de negócios que existe no setor de infraestrutura e afirmou que a instituição pretende ser um "importante player em infraestrutura". Abreu não quis comentar o quanto o BB deve liberar para o segmento de infraestrutura e nem qual participação o banco pretende ter nesta área. "O Brasil todo precisa investir fortemente em infraestrutura e entendemos que existem grandes oportunidades neste setor", diz.

Sobre a questão da concorrência, Abreu disse que concorrência é saudável e que os bancos estão bem posicionados financeiramente. "Coisas interessantes nesta área devem ocorrer", afirma.

Brasil pode se alvo de instituições chinesas

O grande potencial de crescimento das instituições financeiras no segmento de tecnológico tem atraído o interesse de bancos estrangeiros, principalmente, os chineses. A afirmação foi feita ontem pelo diretor da Accenture Juan Pedro Moreno no 25º Ciab Febraban. De acordo com ele, nos próximos 20 anos irá haver um crescimento da classe média mundial e, com isso, haverá um potencial enorme reprimido de possíveis entrantes no segmento bancário. "Daqui a 20 anos termos mais classe média do que pobres e os bancos precisam se transformar para atender este público", diz. 

Para isso, no entanto, Moreno pondera que é necessário que os bancos pensem em soluções especificas para cada tipo de cliente. "O banco que não tiver posicionado vai perder espaço. Hoje, as instituições são muito vertical, elas oferecem o mesmo produto para mim, para minha esposa e meu filho. É necessário haver soluções para cada cliente. A marca não vai mais ser o diferencial e, sim os tipos de produtos oferecidos", afirma. 

O Head Global Digital Transformation Financial Services da Atos, Remco Neuteboom, também concorda que os bancos que pensarem cada cliente como único terá maior condições de sucesso. "É preciso cria o DNA de cada cliente. É a hora de saber o que é mais relevante para cada um", afirma. 

A questão das agências físicas também foi debatida em outro painel. Para o vice-presidente da Abecs e diretor de produto pessoa física & cartões do Santander, Cassius Schymura, o brasileiro ainda sente a necessidade de ter um contato pessoal com o cliente. "Não acho que irá sumir. A agência física e a virtual irão se completar", diz. Sem citar nomes, Schymura disse que em breve duas instituições financeiras novas já estão se preparando para entrar no mercado totalmente virtual. "Não haverá agência, todas as operações serão realizadas virtualmente", afirma. 

Para o CEO da Matera Systems, empresa que oferece soluções de TI para os mercados financeiro e corporativo, Carlos Augusto Leite Netto, a 'desintermediação', ou seja, a relação direta dentre o comprador e o vendedor sem um intermediário, promovida pela internet vai acabar com a agência bancária. "Para muitos de nós o banco é como uma carteira, agora, se eu posso ter uma carteira eletrônica, porque vou precisar de um banco?", questiona.

Netto ressalta que esse 'tsunami digital', nos últimos vinte anos motivado pela massificação da internet, com ondas pequenas, fortes e constantes, pode culminar na drástica mudança no formato atual das instituições financeiras, dentro de 10 ou 15 anos. E para isso são três pilares: a tecnologia, o hábito e a legislação. "A tecnologia e o hábito andaram juntas ao longo desse período. Porém, hoje estamos na evolução da regulamentação do setor bancário e a nova legislação é o que viabiliza essa mudança como um todo. Os bancos deixam de dominar uma vez que passam a existir outras instituições, como os meios de pagamento, que funcionam como carteiras eletrônicas, que passam a cair na preferência das pessoas", avalia. com Agências.

Fonte:  Brasil Econômico - Quinta feira, 18 de junho de 2015.


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