O dólar fechou em queda de mais de 1% ante o real pelo segundo dia consecutivo nesta quarta-feira, acompanhando a depreciação da moeda norte-americana no cenário externo após o Fed (Banco Central dos EUA) reduzir sua projeção de crescimento para este ano.
O dólar caiu 1,21%, a R$ 3,0579 na venda, acumulando baixa de 2,22% nas duas últimas sessões. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de US$ 650 milhões.
O Fed passou a projetar crescimento de entre 1,8% e 2% do PIB (Produto Interno Bruto) dos EUA em 2015, ante previsão anterior de 2,3% a 2,7%. No entanto, 15 de seus 17 membros preferem que a primeira alta de juros ainda aconteça neste ano, mesmo número da previsão anterior.
Mais tarde, em entrevista coletiva, a presidente do Fed, Janet Yellen, enfatizou que a decisão sobre os juros ainda está no ar e agora depende principalmente de melhoras no mercado de trabalho. Ela disse querer "mais evidências decisivas" de recuperação e de que os salários vão avançar em velocidade maior do que o atual "ritmo contido".
"Aparentemente, o Fomc vai conseguindo criar o clima para elevar a taxa de juros de modo lento e gradual, sem causar grandes traumas", escreveram analistas do Banco Fator em nota a clientes.
Investidores ressaltaram também que a perspectiva de mais altas da Selic continuava sustentando apostas em ingresso de recursos externos, o que vem gerando alívio no mercado de câmbio. Até agora, no entanto, o aperto monetário não surtiu grande efeito sobre o fluxo cambial, que ficou negativo em US$ 1,029 bilhão na semana passada.
"Pelo jeito, o mercado vai ver algumas entradas nas próximas semanas. Aí o resultado é que o [dólar] cai, mesmo", resumiu o estrategista da corretora Coinvalores, Paulo Celso Nepomuceno.
O comunicado do Fed e as expectativas de ingresso ofuscaram as preocupações dos investidores com as turbulências em torno da dívida da Grécia e com a economia brasileira diante de dificuldades no cumprimento da meta fiscal, inflação elevada e contração econômica.
Nesta manhã, o BC vendeu a oferta total de swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares, para rolagem dos contratos que vencem em julho. O BC já rolou o equivalente a US% 3,931 bilhões, ou cerca de 45% do lote total, que corresponde a US$ 8,742 bilhões.
Fonte: Portal R7 - Quinta feira, 18 de junho de 2015.