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Ajuste melhora credibilidade do país no exterior

Aryam Vázquez, economista da Oxford Economics: "Já passamos o momento de maior pessimismo em relação ao Brasil" Quase seis meses depois do início das mudanças na política econômica no segundo mandato de Dilma Rousseff, observadores estrangeiros começam a deixar de lado a imagem de que a economia brasileira é um problema. Apesar de o nível de confiança dentro do Brasil ainda não ter se alterado de forma significativa, e de os índices divulgados neste ano serem preocupantes, acadêmicos e analistas de mercado dizem que o mundo já começou a ver com menos pessimismo o cenário para o futuro do país. Na opinião de pesquisadores estrangeiros, a presença de Joaquim Levy no comando da Fazenda desde 5 de janeiro é um "símbolo dramático" da mudança de rumo do país, que se reflete na confiança internacional. A partir de então, viu-se que o Brasil deixou de lado uma política intervencionista, que afastava investidores estrangeiros, e que agora o país trabalha para reconquistar a confiança global - o que está começando a alcançar. "O Brasil não é mais pensado como um caso problemático, em que o governo está no caminho errado, praticando políticas do passado. Hoje, a visão é de que o país ficou mais realista e mais pragmático, menos ideológico economicamente. Esses sinais estão chegando ao resto do mundo", disse Edmund Amman, professor da universidade de Manchester (Reino Unido), que atualmente prepara um livro sobre os gargalos do crescimento brasileiro. Para Werner Baer, professor da Universidade de Illinois (EUA) especializado em economia brasileira, a crise teve o efeito positivo de a trazer o Brasil de volta à realidade, deixando de lado o otimismo exagerado de alguns anos antes. "A combinação de novas medidas com um ministro da Fazenda conservador, que está colocando ordem na casa, mesmo com bastante sacrifício, aumenta a confiança de investidores, e isso pode levar a um aumento do crescimento", disse. O mercado internacional tem uma avaliação parecida, mas mais cautelosa. Para analistas atuando em bancos e consultorias fora do país, o Brasil mudou de direção e começa a navegar em um sentido mais positivo, mesmo que lentamente. O pessimismo maior passou, mas a situação está longe de otimismo, e há a cobrança por mudanças estruturais mais fortes para que o país possa realmente alcançar seu potencial de crescimento. "Já passamos o momento de maior pessimismo em relação ao Brasil", disse Aryam Vázquez, economista-sênior da Oxford Economics. "Três ou quatro meses atrás, as pessoas falavam sobre o Brasil com o tom de fim do mundo. Recessão, inflação, caos político, escândalo da Petrobras, tudo ia mal, mas agora já nos afastamos desse cenário e vemos estabilidade. Ainda há muitos problemas, mas o país está no caminho certo. " De acordo com o economista-chefe de mercados emergentes da Capital Economics, Neil Shearing, é importante ressaltar que o processo de reconquista da credibilidade é lento e cheio de desafios. "Ainda é um caso de dois passos adiante e um passo para trás", disse, em referência à dificuldade do governo em projetos como o da desoneração fiscal. "A economia do Brasil ainda vai sofrer muito neste ano, mas, do ponto de vista dos mercados financeiros, as piores notícias ficaram no passado", disse. Mesmo com as dificuldades, os analistas concordam que houve uma mudança na forma como o Brasil é interpretado no exterior. "No ano passado, depois das eleições, havia um grande pessimismo. Não se tinha a clareza que se tem hoje sobre quão crítica estaria a situação se não fossem os ajustes. A coisa está feia, e poderia estar muito pior se não fossem os ajustes", disse Bruno Rovai, do Barclays. Para ele, é inegável que a mudança no time econômico representou uma nova atitude do governo e deu maior otimismo aos investidores. "O que há agora é um choque de realidade", disse. Essa lenta recuperação de uma imagem mais positiva do Brasil está começando a acontecer. Um levantamento de citações sobre o Brasil na mídia internacional, feito por uma agência de comunicação brasileira, mostra que o primeiro trimestre foi um dos mais negativos da história recente para a imagem do país. Foi grande o destaque dado a problemas econômicos e ao enfraquecimento político do governo. Duas notícias publicadas no início de junho na "The Economist" e no "New York Times", entretanto, começaram a quebrar o pessimismo e voltaram a dar um tom de que o futuro do Brasil pode voltar a ser positivo, depois de meses de um noticiário totalmente crítico ao país. Segundo o editor da "Economist" e autor do livro "Brasil: A Turbulenta Ascensão de um País", Michael Reid, a demora para que o Brasil abandone de vez o pessimismo acontece porque, tradicionalmente, as notícias econômicas costumam ficar piores antes de ficarem melhores. "Os mercados demoraram muito para acordar para a seriedade da crise, e ainda estão revisando números e previsões para baixo. A economia vai se recuperar no fim do próximo ano", disse. Para os entrevistados, a reconquista da credibilidade internacional não vai resolver os problemas da economia do Brasil no longo prazo. "Se o Brasil quiser alcançar crescimento real, vai precisar ir além dos ajustes atuais, e fazer reformas estruturais que realmente permitam que o país pareça menos um mercado emergente e mais como uma economia desenvolvida", disse Vázquez. "Ainda estamos longe disso", afirmou Vázquez, defendendo uma redução à burocracia, quebra do desequilíbrio fiscal e ataque aos gargalos da infraestrutura. "O Brasil teria capacidade de crescer até 4% ao ano, mas o desequilíbrio faz o país passar por dificuldades."

Fonte:  Valor Online- Segunda feira, 22 de junho de 2015.


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