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Renegociação de crédito vencido sobe quase 30% em 2015

Dos grandes "feirões" de renegociação de dívida à criação de portais on-line para quem quer colocar em dia os compromissos atrasados, o sistema financeiro redobrou esforços para recuperar créditos inadimplentes neste ano. O objetivo é prevenir um crescimento do calote ao fazer com que as obrigações voltem a caber no bolso do tomador em um cenário de orçamento familiar mais apertado.

Números do Banco Central (BC) mostram os resultados desses esforços. O volume de crédito liberado para renegociação de dívida com pessoas físicas nos cinco primeiros meses deste ano foi de R$ 15,55 bilhões, com crescimento de 29,57% em relação a igual período de 2014. Em comparação, os desembolsos de empréstimos para pessoas físicas como um todo avançaram apenas 2,3% no mesmo intervalo.

A grande ferramenta usada nas renegociações tem sido o alongamento de prazos, o que diminui a parcela mensal a ser paga. Tanto que, na contramão das demais modalidades de crédito, o prazo médio das operações renegociadas vem crescendo neste ano, saindo de 33,1 meses em maio de 2014 para 35,3 meses um ano depois, último dado disponível.

"As renegociações pagas à vista caíram cerca de 20% neste ano e migraram para operações parceladas. A boa notícia é que o cliente não deixou de pagar, mas precisou encontrar uma forma de encaixar o pagamento ao orçamento", diz André Calabró, diretor de cobrança da Recovery, empresa do BTG Pactual que recupera créditos inadimplentes. A Recovery tem sob gestão R$ 40 bilhões em créditos, em valor de face.

Segundo Calabró, a maior dificuldade em recuperar créditos está na faixa de devedores com até R$ 3 mil de renda mensal, com tíquetes médios de até R$ 5 mil. "Esse é um público com menos capacidade de manobra no orçamento", afirma. Ele cita os aumentos generalizados de preços neste ano em itens básicos, como gasolina e energia elétrica, como causas dessa contração orçamentária.

Por ora, os acordos de renegociação que vêm sendo firmados estão sendo honrados. A inadimplência dessas operações recuou de 20,04% em maio de 2014 para 15,87% no mesmo mês deste ano. O segundo semestre, que traz uma expectativa de deterioração adicional no emprego, deve testar a resistência dos devedores.

"Nossa expectativa é de um segundo semestre um pouco pior", afirma Calabró. "As pesquisas que fazemos com endividados no call center já mostram o desemprego como motivo do não-pagamento. E quando aparece o desemprego e o cliente deixa de ter renda, não há muito o que fazer no curto prazo."

Segundo Leonardo Coimbra, sócio da Cercred, assessoria de cobrança que presta serviços aos bancos, a deterioração recente do mercado de trabalho ainda não contaminou a renegociação. "A melhora na formalização dos contratos de crédito nos últimos anos tem ajudado muito na recuperação dos créditos", diz. Nas operações de financiamento de veículos, por exemplo, a qualidade das informações tem facilitado não só encontrar o devedor, como também determinar sua capacidade de pagamento.

Entre os grandes bancos, o Banco do Brasil (BB) lançou há pouco mais de nove meses um portal de negociação de dívidas, que registra média diária de 600 operações renegociadas, algo entre R$ 8 milhões a R$ 10 milhões repactuados. Desse montante, cerca de 60% são dívidas de pessoas físicas, conta o vice-presidente de controles internos e gestão de riscos do BB, Walter Malieni Júnior.

Segundo o executivo, o portal tem ajudado o banco a renegociar operações que não estão sendo pagas antes que completem 90 dias de atraso, quando passam a ser contabilizadas no índice de inadimplência do banco. Conforme quantifica, cerca de 40% das dívidas renegociadas estavam vencidas há menos de 60 dias. Outros 30% tinham atrasos entre 60 dias e 180 dias.

"Cobrar uma dívida e ser cobrado é constrangedor para o cliente. O portal permite que ele possa renegociar quando for mais conveniente", diz Malieni.

O BB também acoplou ao portal um algoritmo que calcula descontos automáticos para as renegociações. "Dados do portal mostram que apenas 22% das negociações de clientes pessoas física usaram os descontos", diz Malieni. A justificativa é que, uma vez o cliente renegocie com desconto a sua dívida, ele fica impedido de ter outras operações de crédito com o BB.

Quem tem uma visão da inadimplência que vai além do sistema financeiro vê um cenário um tanto pior em termos de renegociação. É o caso dos principais birôs de crédito do país, caso da Serasa Experian e da Boa Vista Serviços, em que são registrados os devedores que ficam com "nome sujo" por não quitarem suas obrigações no vencimento contratado.

"Há mais pessoas entrando e menos saindo da nossa base de devedores inadimplentes neste ano. Os registros ligados à telefonia, água e luz aumentaram, mas os dos bancos só começaram a crescer agora", conta Raphael Salmi, gerente de recuperação de crédito da Serasa. As exclusões de nomes com restrições da base do birô tiveram uma redução de 20% neste ano até maio, em relação ao mesmo intervalo em 2014.

Por outro lado, o feirão on-line para repactuar dívidas realizado pela Serasa neste ano registrou um volume financeiro maior de renegociações em relação ao ano anterior. Na campanha de 2014, foram 40 mil dívidas repactuadas, somando R$ 110 milhões. Neste ano, foram 71 mil dívidas, num total de R$ 206 milhões.

A Boa Vista Serviços identifica cenário semelhante, de redução na saída dos devedores de seu banco de dados de restrições. "Nossos indicadores antecedentes mostram que o risco de crédito dos consumidores vai piorar até o fim do ano. A expectativa é que a inadimplência, medida pelo BC, suba entre agosto e setembro e se estabilize em um patamar maior daí em diante", diz Flávio Calife, economista-chefe da Boa Vista.

Segundo Calife, as pesquisas realizadas com devedores têm indicado piora em indicadores de expectativa e de capacidade de pagamentos neste ano.

Fonte:  Valor Online - Quarta feira, 01 de julho de 2015.


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