BRASÍLIA - A dívida líquida do setor público não financeiro subiu em valores nominais, mas recuou ligeiramente na sua proporção com o Produto Interno Bruto (PIB) entre abril e maio, mostram dados divulgados pelo Banco Central.
A dívida saiu de R$ 1,898 trilhão, ou 33,7% do PIB, em abril, para R$ 1,903 trilhão ou 33,6% do PIB em maio. A projeção do BC para o mês era de 33,6% do PIB.
De acordo com o Banco Central (BC), a redução da dívida em relação ao PIB decorre, sobretudo, do ajuste cambial sobre ativos e passivos externos (basicamente reservas internacionais), com impacto positivo de 1,1 ponto percentual na redução do endividamento.
O déficit nominal teve um impacto de 1,1 ponto do PIB no aumento da dívida, distribuído em 0,1 ponto no déficit primário e 0,9 ponto nos encargos com juros. O crescimento nominal do PIB teve efeito de reduzir a dívida em 0,2 ponto.
Os dados levam em conta União, Estados, municípios e empresas estatais, com exceção daquelas dos grupos Petrobras e Eletrobras. Os bancos estatais também não entram na conta da dívida pública líquida, pois as estatís ticas se referem ao setor público não financeiro.
Quanto à dívida bruta, o montante saiu de R$ 3,468 trilhões em abril para R$ 3,538 trilhões em maio. Em relação ao PIB, a dívida subiu de 61,6% para 62,5% do PIB, novo recorde da série iniciada em 2006. A projeção da própria autoridade monetária era de 61,9% do PIB.
Em maio, as operações compromissadas da autoridade monetária para regular a liquidez do sistema financeiro contribuíram para a elevação da dívida, já que foram colocados títulos no mercado. Como proporção do PIB, o saldo dessas operações foi de 15,1% para 15,4%. Em valores nominais, passou de R$ 849,762 bilhões para R$ 869,617 bilhões.
Para junho, o BC estima que a dívida líquida corresponda a 34% do PIB. No caso da dívida bruta, a projeção é de 62,4%. As estimativas são dochefe-adjunto do Departamento Econômico do Banco Central (BC), Fernando Rocha.
Fonte: Valor Online - Quarta feira, 01 de julho de 2015.