Não é só a produção industrial que confirma a recessão na qual o país mergulhou. Também o mercado de trabalho dá sinais de debilidade. Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CMI), o emprego recuou 0,9% em maio, as horas trabalhadas diminuíram 0,5% e a utilização da capacidade instalada caiu 0,4 ponto percentual, ficando em 80,1%. O rendimento médio do trabalhador e a massa salarial não resistiram.
Para o economista Fábio Guerra, da CNI, o desempenho da produção em maio aprofundou ainda mais a retração da atividade e do emprego no setor. Embora o faturamento da indústria tenha aumentado 1,6%, não se pode classificar isso como uma retomada, porque, em abril, as receitas caíram 6,1%. A leve alta de maio é muito tímida para recuperar as perdas anteriores, destacou.
Na comparação com maio do ano passado, o faturamento teve redução de 10,1%. Nas horas trabalhadas na produção, a retração alcança 10,2%, também na comparação em 12 meses. O nível de utilização da capacidade instalada é 1,1 ponto percentual inferior ao de maio de 2014. A ociosidade da indústria atingiu o mercado de trabalho. É a quarta queda seguida do emprego este ano. Em 2014, tivemos retrações seguidas, que foram interrompidas de novembro a janeiro. Porém, de fevereiro em diante, a redução do emprego se intensificou, disse Guerra. Em abril, foi de 1,2% e, em maio, de 0,9%.
A massa real de salários diminuiu 1,2% e o rendimento médio do trabalhador recuou 0,3% em maio frente a abril, na série livre de influências sazonais. Foi o terceiro mês consecutivo de retração do rendimento real do trabalhador. ( SK)
Fonte: Correio Braziliense - Edição Digital - Sexta feira, 03 de julho de 2015.