O governo brasileiro está convencido de que, qualquer que seja o caminho a ser tomado pela Grécia, o Brasil estará protegido. Segundo o diretor de Política Econômica do Banco Central, Luiz Awazu Pereira, se uma medida extrema for anunciada, como a saída dos gregos da zona do euro, a economia brasileira viverá algum estresse, mas nada que resulte em uma crise. 

Durante seminário em Paris, Awazu foi questionado se o o Brasil estava mais preocupado com a alta dos juros nos Estados Unidos ou com o impacto do colapso grego, ele respondeu que a economia brasileira tem se preparado para situações externas. Ressaltou ainda que, mesmo com a gravidade da situação no país europeu, não constatou, no curto prazo, nenhum contágio nos juros pagos pelos países da periferia da zona do euro, diferentemente do que ocorreu em 2011. 

Isso mostra que a situação está circunscrita, frisou o diretor do BC. Não vimos impacto da turbulência grega nos mercados emergentes e temos visto o euro relativamente estável, emendou. De qualquer forma, o governo está acompanhando a situação com muita atenção, até para tomar as medidas que forem necessárias. 

Em relação à alta dos juros nos EUA, assinalou que o Brasil construiu um colchão de reservas para enfrentar as adversidades, pois sabia que a exuberância dos tempos de juros próximos de zero estava chegando ao fim. 

Fonte:  Correio Braziliense - Edição Digital - Sexta feira, 03 de julho de 2015.