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Em casa e na rua, praga da inflação se dissemina

Os brasileiros foram atropelados sem dó pela inflação. Em casa ou na rua, os preços estão em disparada e não há perspectiva de reversão desse quadro assustador tão cedo. Independentemente da forte alta, pelo Banco Central, da taxa básica de juros (Selic), que está em 13,75% ao ano e pode chegar a 1 4,50%, a sensação quando se senta à mesa é de indigestão. A quantidade de comida servida diminuiu e muitos dos produtos consumidos já não têm a qualidade que se via até o ano passado. Estamos sem saída, lamenta a dona de casa Ledy Varela, 50 anos.

Tudo está pela hora da morte. Alimentos, produtos de limpeza, lanche da criançada, artigos de uso pessoal, vestuário, lazer. Nada tem escapado do dragão da inflação. A disseminação dos reajustes é tamanha, que, pelos cálculos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), apenas 31 dos 365 produtos e serviços pesquisados mensalmente registraram baixa nos últimos 12 meses. Não por acaso, o consumo desacelerou, o comércio deixou e vender e está demitindo, e a indústria, fechando fábricas.

Não temos mais como fazer as compras caberem no orçamento. O jeito está sendo cortar tudo o que é possível. Ou é isso, ou vamos nos endividar, o que é uma loucura diante das atuais taxas de juros, diz Andressa Marques, 32 anos, que trabalha por conta própria. Para ela, a sensação que tem quando entra no supermercado e olha para as gôndolas é de desespero. A vontade é de sair correndo, pois o dinheiro disponível não dá para comprar nem a metade do que preciso, assinala. O marido de Andressa, Walter, 39, está desempregado. A renda mensal da família caiu pela metade.
Conta não fecha
O quadro é tão dramático sobretudo para as famílias mais pobres, que costumam deixar 80% do rendimento mensal nos supermercados , que nem a conhecida estratégia de pesquisar preços tem ajudado a driblar a carestia e a amenizar o orçamento doméstico. O grupo de bens não duráveis, que inclui alimentos, bebidas, produtos de higiene pessoal, itens de limpeza e outros industrializados, subiu, em média, 12,46% no acumulado dos seis primeiros meses do ano, segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15).

Não há, no entender dos consumidores, como encarar tamanho reajuste sem traumas, pois ninguém está tendo correção de salários na mesma proporção. Muito pelo contrário. Nos últimos 12 meses, o rendimento real médio dos trabalhadores caiu 5%. Já a massa salarial encolheu 10% de novembro de 2014 até maio deste ano, com a disparada do desemprego. Nesse contexto, não há como contornar a inflação. Tudo está muito caro e a quantidade de dinheiro disponível, caindo. A conta não fecha, reclama a dona de casa Ledy Varela.

O que mais assusta dona Ledy é que, quando olha para a frente, não vê sinais de melhora. O governo, acredita ela, está completamente perdido, sem capacidade de agir para reverter a disparada do custo de vida. Segundo o economista Márcio Milan, da Consultoria Tendências, as queixas dos consumidores são mais que justificáveis. A inflação deste ano pode chegar a 9,5%, ou mesmo 10%, o que será o pior resultado desde 2002, quando o custo de vida disparou por causa do temor do que seria um governo comandado pelo PT naquele ano, Lula saiu vitorioso na disputa presidencial.

A expectativa é de que, com o arrefecimento do consumo, haja um avanço menor dos preços neste segundo semestre em relação aos primeiros seis meses do ano. Contudo, a inflação seguirá pressionada e disseminada. Sete em cada 10 produtos e serviços vêm apontando aumentos, afirma Milan. Ele destaca que os grupos habitação e alimentação serão os principais vilões do orçamento doméstico, com altas médias neste ano de 17,8% e 9%, respectivamente.
Desemprego
Para compensar as altas de custos em todas as seções do supermercado, a estudante Fabiana Carvalho, 34, cortou gastos não apenas com o vestuário, mas também no lazer. Não tem nada barato. Comprar roupas passou a ser luxo. Com o intuito de manter a geladeira cheia, o guarda-roupa fica vazio, critica. Na esperança de despistar a inflação, ela fica sempre de olho nos preços e procura as promoções. A carestia invadiu até a lancheira da minha filha, de 5 anos, lamenta ela, que só não deixa de comprar frutas, biscoitose sucos para a merenda da menina, e cebola, batata e tomate, para as refeições do dia a dia.

Grande parte do avanço da carestia decorreu da alta dos preços administrados, de 14,60% nos últimos 12 meses. Energia elétrica, passagens de ônibus, gasolina, água, esgoto, planos de saúde, medicamentos, tudo ficou mais caro, contaminando toda a economia. Infelizmente, uma das medidas para tentar conter a inflação, além da alta dos juros, será o aumento do desemprego. É perverso, mas isso ajuda a reduzir o consumo e, com isso, os preços sobem menos, explica o economista sênior da Confederação Nacional do Comércio (CNC), Fábio Bentes.

Crediário sumiu
Com o avanço da desemprego, o recuo da massa de rendimentos e a forte alta das taxas de juros dos crediários, os consumidores têm tido cada vez menos espaço no orçamento para fazer compras com prestações a perder de vista. Por isso, estão demandando menos bens duráveis, como carros, móveis e eletrodomésticos, e semi-duráveis, como roupas. Não à toa, a inflação desses produtos estão abaixo da média, de 6,28% nos seis primeiros meses do ano, com elevação 3,15% e 4,28%, respectivamente.

Salvação do ajuste
Na avaliação do economista Fábio Silveira, diretor técnico da Consultoria GO Associados, mesmo que seja impopular, apenas o ajuste fiscal, que vem sendo colocado em prática pelo Ministério da Fazenda, poupará os brasileiros de serem sufocados por uma inflação superior a dois dígitos. Se não sinalizarmos ao mercado internacional que temos maturidade para cumprir as metas fiscais, o Brasil será rebaixado. Caso isso ocorra, haverá aumento expressivo do dólar e uma inflação 
acima dos 10%, diz.

Fonte:  Correio Braziliense/ Edição Digital - Segunda feira, 06 de julho de 2015.


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