O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, afirmou ontem, após a reunião de coordenação política, que a frustração de receitas vai "requerer medidas" por parte do governo. "O mercado já trabalha com expectativa menor de primário neste ano. Houve frustração de receitas e estamos analisando as alternativas que o governo tem para lidar com isso no dia a dia da política fiscal". Embora não tenha cravado que a meta fiscal de 1,1% será reduzida, o ministro afirmou que "qualquer que seja a decisão, vamos elevar o primário em relação ao ano passado". Em 2014, o setor público teve déficit primário equivalente a 0,6% do PIB.

O ministro fez a declaração ao ser questionado sobre se o governo vai reduzir a meta de superávit primário para este ano. Barbosa afirmou que "não é hora de antecipar questões que estão em discussão", mas destacou que o governo está reavaliando o cenário e que o resultado será conhecido amanhã, quando deve divulgar decreto com o novo relatório de receitas e despesas para este ano.

Também ontem, o secretário de Relações de Trabalho no Serviço Público do ministério, Sérgio Mendonça, propôs reajustar, com base na inflação dos últimos anos, os três principais benefícios sociais dos servidores. Os valores entrariam em vigor a partir de janeiro de 2016. O reajuste é um adicional ao aumento de 21,3%, parcelado em quatro anos, proposto à categoria no fim de junho.

O auxílio-alimentação e o plano de saúde suplementar receberiam reajustes de 22,5% e 23%, respectivamente, considerando a inflação de 2013 e 2014 e estimativa para 2015. O auxílio-creche teria reajuste de cerca de 317%, de acordo com a inflação acumulada desde 1995. Somados, os três reajustes significariam impacto anual orçamentário de R$ 1,3 bilhão.

Fonte:  Valor Online - Terça feira, 21 de julho de 2015.