São Paulo. A confirmação pelo governo da redução drástica da meta fiscal de 2015 levou a Bovespa a fechar em queda pelo quinto pregão consecutivo, abaixo dos 50 mil pontos, e a voltar a acumular perdas em 2015, o que não ocorria desde meados de março. Os investidores, domésticos e estrangeiros, se desfizeram de ações domésticas e a principal porta de saída foram os bancos. A Vale, entretanto, terminou em alta após divulgar seu relatório de produção.
O Ibovespa terminou em baixa de 2,18%, aos 49.806,62 pontos, menor nível desde 48.848,21 pontos de 16 de março. Na mínima, o Ibovespa marcou 49.668 pontos (-2,45%) e, na máxima, 51.063 pontos (+0,29%). Nestes cinco pregões no vermelho, acumulou -6,15%. No ano até agora, tem perda de 0,40% e, em julho, cai 6,17%. O giro financeiro totalizou R$ 7,334 bilhões, o maior do mês.
"O mercado já repercutiu um eventual downgrade brasileiro, juros mais altos, aumento da dívida e também a perda de força do ministro Joaquim Levy, da Fazenda)", resumiu Hersz Ferman, da Elite Corretora sobre o mau humor na sessão de hoje.
Sobraram para todos os setores, em especial para o financeiro, que caiu em bloco e com vigor, dada a sua participação elevada no Ibovespa e sua liquidez. BB ON, -1,58%, Bradesco PN, -4,44%, Itaú Unibanco PN, -4,16%, Santander unit, -3,82%, BM&FBovespa ON, -3,69%, e Cielo ON, -3,31%. Petrobras ON terminou em baixa de 0,79% e a PN, de 1,83%.
O governo confirmou ontem que vai perseguir uma meta de superávit fiscal de 0,15%, bem inferior à de 1,1% estipulada até então. Sem a ajuda do fiscal, o mercado elevou as apostas para o próximo encontro do Copom.
A previsão de alta dos juros também prejudicou a Bovespa. A renda fixa fica mais atrativa do que a variável.
Fonte: Diário do Nordeste - Sexta feira, 24 de julho de 2015.