DIRETORIA – GESTÃO 2023-2025

clique aqui para acessar

 

DIRETORIA – GESTÃO 2022-2026

clique aqui para acessar

 
 
 
 
 

Notícias

Bolsa deve estabilizar em algum momento

O potencial de queda das bolsas chinesas ainda é relevante, mas não é razão para catastrofismo. Afinal, o mercado de ações do país chegou a subir 150% em um ano, até meados de junho, enquanto a economia real continuava desacelerando. Esta é a avaliação de Claude Meyer, professor do Instituto Sciences Po, de Paris, ex-banqueiro internacional e autor de "A China, banqueiro do mundo". Para Meyer, a turbulência na bolsa, em todo caso, terá consequências.

Valor: O governo chinês tem condições de controlar o estouro da bolha nas bolsas do país?

Claude Meyer: É preciso colocar isso no seu contexto. Houve uma valorização muito forte da bolsa chinesa. O índice da bolsa de Xangai foi multiplicado por dois. Mas, contrariamente a outros países, os investidores nas bolsas chinesas são essencialmente pessoas físicas, cerca de 80%, que não têm conhecimento financeiro. Os investidores institucionais, como companhias de seguros, contam pouco. E o investidor pessoa física age como gado, compra na alta, vende na baixa e acentua o movimento. Essa bolha da bolsa veio no rastro da bolha do setor imobiliário que começava a surgir há uns três anos e o governo conseguiu lidar com o tema. E o investidor particular então se desviou para a bolsa, usando suas poupanças ou se endividando para comprar ações. Isso tudo foi acentuado pelas características da situação chinesa. O poder público adotou medidas de apoio evidentemente artificiais recentemente, como interdição de vendas. O problema é que esse apoio do Estado tem limites, porque os índices continuam superavaliados.

Valor: Ou seja, há mais espaço para queda das ações?

Meyer: Sim, ainda há potencial de baixa. As forças para a queda são mais importantes que as medidas que o Estado pode adotar, a menos que interdite todo mundo de vender ações, o que é evidentemente absurdo. É verdade que Pequim fez falsas manobras, com avanços e recuos que não tranquilizam os investidores. Além disso, os indicadores da economia real não são bons. Não estamos seguros sobre as cifras do crescimento econômico dadas por Pequim. Mas não sou catastrofista. A bolsa deve em algum momento se estabilizar. E a economia chinesa é, de toda maneira, potente.

Valor: Quais as consequências que o sr. vê a partir da turbulência enfrentada pelas bolsas?

Meyer: No curto prazo, os investidores pessoa física perderam muito dinheiro ou perderam possibilidades de enriquecimento, e isso vai ter algum impacto sobre o poder de compra e portanto sobre o consumo em seis meses a um ano. No médio prazo, é a política do Estado em relação ao mercado que é questionada. Em novembro de 2013, o plenário do Partido Comunista da China decidiu que o mercado teria, a partir de então, um papel decisivo e que as intervenções do Estado diminuiriam. Ora, toda a atitude do governo através dessa crise da bolsa está em plena contradição com isso. Pequim tomou medidas administrativas que vão contra as tendências do mercado. Isso é um pouco preocupante, quando se esperava um crescimento mais dirigido em função das forças do mercado. Acho que, na situação atual, Pequim foi ao máximo do que é possível ir no mercado de ações.

Valor: Essa situação tem impacto na expansão financeira da China?

Meyer: Para algumas empresas, que jogaram mal na bolsa, talvez os investimentos no exterior se reduzam por algum momento. Iniciativas como o Banco dos Brics e o Banco Asiático de Infraestrutura, para ajudar países mais pobres, como um Banco Mundial, são importantes e não vão se modificar. Não penso que [as turbulências nas bolsas] vão ter impacto maior sobre a posição financeira da China no estrangeiro. Sem dúvida a bolsa vai cair ainda, mas a potência financeira da China não é apenas a capitalização bolsista. Suas reservas internacionais estão próximas de US$ 4 trilhões.

Valor: A maior internacionalização do renminbi prosseguirá sem atrasos?

Meyer: Sim. Numa parte na Ásia, mas também nos emergentes, com os acordos de swaps de moedas, a faturação do comércio será mais e mais importante em renminbi.

Fonte:  Valor Online - Quarta feira, 29 de julho de 2015.


•  Voltar as Notícias
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Federação dos Contabilistas nos Estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Bahia
Av. Presidente Vargas, 583 - Sala 220
CEP: 20071-003 - Centro - Rio de Janeiro / RJ
Fone: (21) 2220-4358 - E-mail: fedcont@fedcont.org.br
Funcionamento: Seg à Sex de 09h às 17h
Filiado a