A inadimplência no mercado de crédito brasileiro ficou estável em junho, interrompendo dois meses consecutivos de alta, apesar dos juros médios terem mostrado novo avanço em meio ao ciclo de aperto monetário do Banco Central (BC).
Segundo dados divulgados ontem pelo BC, a taxa de inadimplência no segmento de recursos livres, que conta com taxas livremente definidas pelas instituições financeiras, repetiu em junho o percentual de 4,7% visto em maio, igualando-se ao patamar atingido pela última vez em setembro de 2013.
Mantendo a dinâmica vista nos meses anteriores, houve aumento dos juros médios no mesmo segmento: eles foram a 43,5% em junho contra 42,5% em maio, renovando, mais uma vez, o patamar mais alto da série histórica iniciada em março de 2011.
O encarecimento do crédito é fruto da política do BC de elevar a taxa Selic para combater a inflação, que segue superior a 9% no acumulado em 12 meses, muito acima da meta do governo de 4,5% pelo IPCA, com margem de dois pontos para mais ou para menos.
No acumulado em 12 meses, o ganho do saldo de crédito brasileiro foi de 9,8%.
Para o ano, o BC reduziu no mês passado sua previsão para o mercado de crédito, passando a ver expansão de 9%, frente aos 11% calculados antes.
Na véspera, o Comitê de Política Monetária (Copom) deu prosseguimento ao aperto, aumentando a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual, a 14,25% ao ano, nível mais alto em nove anos.
Dívidas familiares
O BC também divulgou ontem o endividamento das famílias que, em maio, último mês disponível, foi de 46,3%, ligeiro recuo ante 46,4% em abril, em dados preliminares e que consideram o impacto de financiamentos imobiliários.
Excluído o empréstimo para a casa própria, o endividamento das famílias foi a 27,5% em maio, ante 27,6% em abril. Já o comprometimento ficou estável, com 22,2 %./Reuters
Fonte: DCI - Sexta feira, 31 de julho de 2015.