O desempenho melhor do real nos últimos dias, quando comparado a outras divisas emergentes, decorre basicamente de fatores técnicos, já que a moeda brasileira se desvalorizou consideravelmente nos meses passados, afirma o estrategista-chefe em pesquisa de câmbio do banco suíço Julius Baer, David Kohl. No entanto, não se deve esperar que haja novos fluxos para a moeda brasileira diante da onda global de aversão a risco, que tem provocado o desmonte de operações de "carry trade" [em que o investidor toma empréstimos em uma moeda com taxas de juros baixas e aplica em mercados com taxas mais altas] em todo o mundo. "Ficaríamos surpresos se víssemos fluxos para o real. Hoje só estamos vendo saída", diz Kohl.
Para o estrategista, a perspectiva negativa para o real vem não apenas da questão política, mas do estado da economia, que pode ter dois anos seguidos de recessão. Kohl afirma que há 40% de chance de o dólar alcançar até o fim deste ano a marca de R$ 4, o que não é visto desde 2002.
25/08/2015 - Fonte: Valor Online