DIRETORIA – GESTÃO 2023-2025

clique aqui para acessar

 

DIRETORIA – GESTÃO 2022-2026

clique aqui para acessar

 
 
 
 
 

Notícias

BCs se confrontam com virada de mercados

Os presidentes dos bancos centrais do mundo todo se preparam para participar da reunião anual do Federal Reserve, o banco central americano, em Jackson Hole, no Estado de Wyoming, com um novo caos econômico em suas mãos.

Nos últimos encontros realizados todo mês de agosto, os defensores das moedas globais já enfrentaram o iminente colapso do banco Lehman Brothers, em 2008, preocupações com a deflação global, em 2010, o colapso fiscal grego e outros dramas. Desta vez, enfrentarão uma grande disparidade entre as duas maiores economias mundiais, os Estados Unidos e a China.

Como os EUA se recuperaram o suficiente da mais recente crise financeira, as autoridades do Fed têm se preparado para levar os juros e, assim, evitar um possível superaquecimento da economia. Mas a China parece ter perdido o ímpeto econômico, o que levou o Banco Popular da China a cortar os juros e adotar outras medidas para impulsionar o crescimento. Os mercados responderam a essas forças antagônicas com turbulência, criando novas incertezas para os reguladores.

Antes da confusão desta semana, o Fed havia sinalizado que poderia agir já em setembro para começar a elevar sua taxa de juros de referência, perto de zero desde dezembro de 2008. O cenário já apontava para uma decisão difícil mesmo antes das quedas nas bolsas em todo o mundo. Agora, a probabilidade de uma alta nos juros em setembro parece ter diminuído, embora uma mudança ainda seja possível se os mercados se estabilizarem e novos dados econômicos revelarem que a economia dos EUA está se fortalecendo apesar das ameaças externas.

Dados divulgados na terça-feira mostraram aumentos na confiança do consumidor e nas vendas de imóveis nos EUA em agosto e julho, respectivamente, razões para o Fed não ficar tão pessimista sobre o cenário no país.

"Antes desses eventos no mercado nos últimos dias, pensei que a possibilidade estava perto de 50%", diz Alan Blinder, ex-vice-presidente do Fed, sobre a probabilidade de que o banco central elevaria os juros americanos em setembro. Se os mercados não se estabilizarem, diz ele, o Fed vai postergar a alta nos juros.

"Se os mercados estiverem próximos da excitação dos últimos dias, então o Fed não irá jogar lenha na fogueira" durante a reunião nos dias 16 e 17 de setembro, diz Blinder, professor da Universidade Princeton e amigo da presidente do Fed, Janet Yellen.

Yellen não participará da conferência de Jackson Hole este ano, mas o vice-presidente do Fed, Stanley Fischer, deve falar sobre inflação no sábado. O presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, também não estará em Jackson Hole. O BCE e outros bancos centrais do mundo, porém, estarão representados por dirigentes do alto escalão.

É um momento de estresse para todos os bancos centrais do mundo. Os esforços repetidos da China para estimular o crescimento não parecem estar funcionando. O banco central chinês cortou os juros em 0,25 ponto percentual na terça-feira e a bolsa chinesa caiu.

Muitas outras economias estão presas no meio de um cabo de guerra monetário entre os dois gigantes da economia, especialmente os emergentes e os países produtores de commodities, cujas economias foram atingidas pela desaceleração da China. Ao mesmo tempo, suas moedas estão se desvalorizando ante o dólar à medida que o Fed se prepara para elevar os juros. Se os bancos centrais de países como Brasil, África do Sul ou Rússia tentarem estimular suas economias cortando os juros, eles correm o risco de enfrentar uma saída de capital e uma desvalorização cambial desestabilizadora. Se eles não cortarem, correm o risco de uma recessão profunda.

Um possível ponto negativo que o Fed está observando com cuidado: um volume expressivo de dívida em dólar acumulado por empresas nos mercados emergentes. O total de títulos de dívida corporativa vigentes nesses mercados quase dobrou desde 2008, para US$ 6,8 trilhões, segundo estimativas do Instituto para Finanças Internacionais. A fatia dessa dívida emitida em dólar cresceu de menos de 15% em 2008 para mais de 40% nos primeiros cinco meses de 2015, conta que se torna mais difícil de pagar com a valorização da moeda americana.

Os bancos centrais também enfrentam ceticismo sobre os caminhos escolhidos. "Nossa economia global é obcecada por bancos centrais e pelo discurso mais recente das autoridades monetárias", diz Judy Shelton, membro sênior do Atlas Network, um grupo de estudos do livre mercado.

Os bancos centrais das principais economias desenvolvidas, incluindo o Fed, responderam ao período de pouco crescimento econômico e inflação baixa que se seguiu à crise financeira reduzindo os juros de curto prazo e criando programas de compra de ativos para estimular a economia.

Muitas autoridades de bancos centrais afirmam que a economia estaria em condições muitos piores sem esse apoio. Críticos como Shelton dizem que as políticas fracassaram em gerar inflação e o crescimento desejado.

Enquanto o Fed analisa quando iniciar a alta dos juros, as autoridades são pressionadas por vários lados. Embora muitos defensores do livre mercado gostariam que o banco central agisse, ativistas liberais planejam pressionar o Fed a esperar.

Os acadêmicos não fornecem uma direção clara. Em artigos de opinião divulgados na imprensa esta semana, os professores de Harvard Martin Feldstein e Lawrence Summers, ambos ex-assessores de governos republicanos e democratas, respectivamente, argumentaram a favor e contra uma alta de juros pelo Fed em setembro.

O presidente da regional do Fed em Atlanta, Dennis Lockhart, disse esta semana que ele ainda espera que o banco central eleve os juros este ano, mas não disse quando.

O cenário atual, com "a valorização do dólar, desvalorização da moeda chinesa e de nova queda nos preços do petróleo, está complicando os fatores para a previsão do ritmo de crescimento", disse Lockhart na segunda-feira. Mas, observou, "nossa previsão básica no Fed de Atlanta é de crescimento moderado com continuidade na alta do emprego e um aumento gradual da inflação". 

27/08/2015 - Fonte:  Valor Online


•  Voltar as Notícias
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Federação dos Contabilistas nos Estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Bahia
Av. Presidente Vargas, 583 - Sala 220
CEP: 20071-003 - Centro - Rio de Janeiro / RJ
Fone: (21) 2220-4358 - E-mail: fedcont@fedcont.org.br
Funcionamento: Seg à Sex de 09h às 17h
Filiado a