O cenário econômico desfavorável continua afetando a vida dos trabalhadores. O primeiro semestre de 2015 teve o pior aumento de salários dos últimos seis anos, com apenas 0,51% de ganho real nos reajustes, segundo levantamento do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese). A Região Centro-Oeste, que teve o melhor resultado em 2014, liderou a queda neste ano, com ganhos reais que caíram de 1,56% para 0,17%.
A quantidade de reajustes acima da inflação também ficou no menor patamar dos últimos anos, cerca de 69%. A pesquisa mostrou que o número de acordos que não repuseram as perdas inflacionárias correspondem a quase o triplo da proporção dos anos 2008 e 2013, os piores registrados até então.
Os resultados estão diretamente ligados à alta no custo de vida e ao desaquecimento do mercado de trabalho, explicou o coordenador de Relações Sindicais do Dieese, José Silvestre. "Com a inflação elevada e o desemprego, fica muito mais difícil negociar os reajustes de salários", afirmou.
Na indústria, o aumento real nos salários foi de 0,19%, resultado mais baixo do período pesquisado. Para Silvestre, a tendência é que os números piorem no próximo semestre, seguindo as previsões de inflação elevada até o fim do ano. "Como não há nenhuma sinalização de melhora da atividade econômica, o mais provável é permanecer nesses patamares ou piorar", acredita.
28/08/2015 - Fonte: Correio Braziliense - Edição Digital