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Tarifa pesa no bolso do usuário

Insatisfação geral foi a tônica do primeiro dia de reajustes das tarifas de ônibus. Em paradas e terminais, a população se mostrou contrariada com a elevação do valor do serviço, considerado caro e pouco eficiente. A mudança impacta no bolso e traz receio para muitos trabalhadores. Com a passagem mais cara, os cortes no orçamento são necessários. A população tem medo de ver os postos de trabalho desaparecerem em razão do arrocho financeiro. Apesar da má recepção da medida, não houve registro de confusão nos terminais nem em plataformas. Apenas uma pane técnica atrasou em dois minutos a operação do Metrô-DF, que operou com menos três vagões na manhã de ontem.  Hoje, a volta para casa deve ser tumultuada. Há manifestação prevista às 17h, na Rodoviária do Plano Piloto, organizada pelo Movimento Passe Livre (MPL), contra o reajuste. 

A estudante de veterinária Rebeca Augusta Silva, 25 anos, prevê dificuldade para custear os estudos. Ela mora em Taguatinga e pega dois ônibus para ir ao Gama, onde tem aulas. Segundo ela, os custos com a passagem vão aumentar em R$ 10 por semana. "Os valores pagos na mensalidade da escola pesam e ainda tenho outros complementos, como apostila e alimentação. Como minha aula é em tempo integral, não tenho condições de trabalhar. O jeito vai ser apertar um pouco o bolso lá em casa", diz. 

A situação do governo também é de aperto financeiro. O GDF acumula uma dívida de R$ 56 milhões com as empresas operadoras do sistema rodoviário. O débito corresponde aos repasses que deveriam ser feitos este ano, mas não ocorreram. "Isso foi naquela loucura de realização de despesa sem empenho que o governo passado fez", alega o secretário de Mobilidade Urbana, Carlos Tomé. Segundo ele, o montante referente ao ano passado já tem previsão de ser negociado, mas o deste ano se acumula mês a mês. "É determinação do governador que a gente mantenha os pagamentos de 2015 em dia, mas nós não conseguimos fazer isso. Estamos com dívidas entre R$ 50 milhões e R$ 60 milhões com as quais não estamos conseguindo arcar", conta. Segundo ele, o reajuste foi a saída encontrada para os débitos não se acumularem ainda mais. "O risco era de que a dívida passasse de R$ 56 milhões para R$ 70 milhões, até chegar a R$ 80 milhões no fim do ano", afirma. 

O modelo de custeio do transporte público do DF prevê que usuários e beneficiários indiretos, ou seja, a população que paga impostos, assumam os valores da operação. A diferença entre o preço pago pelo usuário e o custo real da passagem é a chamada tarifa técnica, e é de responsabilidade do governo. O GDF alega que a falta de reajuste da tarifa fez aumentar essa diferença. "Chegamos a um ponto insustentável diante do quadro de penúria do Tesouro do DF. Com o valor do subsídio dos ônibus e do Metrô, estávamos gastando, anualmente, R$ 656 milhões. Isso é muito dinheiro", afirma Tomé. 

Pegos de surpresa 
Muitos brasilenses ainda nem pensaram em como vão readequar o orçamento com o aumento das passagens. O bombeiro hidráulico José Paulo Lima, 35 anos, trabalha como autônomo e arca com os bilhetes para ir ao trabalho. Diariamente, ele pega o metrô e um ônibus para seguir para o Guará. "Esse aumento vai deixar minhas contas mais apertadas. A nova tarifa não corresponde à qualidade. O metrô todo dia tem problemas, se não é fila nas bilheterias, é algum trem que fica parado. Os ônibus são lotados", reclama. Até então, ele gastava R$ 240 mensais com o transporte público, agora o gasto será de R$ 336. 

A rapidez com que o reajuste entrou em vigor - menos de uma semana após seu anúncio - assustou muitos usuários, mas as consequências poderiam ser piores, se regra tivesse passado a valer no início do mês, explica o presidente do Conselho Federal de Economia (Confecon), Júlio Miragaya. "É mais episódico. O problema não é pagar a metade do mês, o problema é pagar os próximos meses cheios", explica. 

Aline Oliveira, 24 anos, ainda não sabe como será o repasse das passagens no próximo mês, uma vez que a empresa em que ela trabalha banca o transporte. Ela mora em Brazlândia e trabalha no centro de Ceilândia. A passagem que até então era R$ 3 passou a valer R$ 4. "O valor já era exorbitante. Os intervalos entre um coletivo e outros são grandes, a gente tem que andar em ônibus lotado", conta. Segundo a vendedora, o patrão ainda não conversou com os funcionários sobre a mudança de tarifa. "A gente fica com receio num momento em que todos estão trabalhando com redução de custo, dá medo de ficar sem emprego por causa de passagem cara", argumenta. 

Sem carteira de habilitação, a corretora de imóveis Angela Maria dos Santos, 43 anos, usa o transporte público constantemente para se locomover em diferentes regiões do DF. Costumava gastar R$18, agora serão pagos R$ 6 a mais diários. Na semana serão R$ 30 a menos para outras despesas. "Esse aumento é um abuso. A população está pagando por uma má administração do dinheiro público. O jeito será eu repensar e ver o que cortar. Já está tudo caro, sem contar que ainda pode ter o aumento de outros impostos", afirmou Angela, citando o reajuste do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) em análise na Câmara Legislativa do DF. 

A decisão de colocar rapidamente em prática a medida é para tentar estancar dívidas. "Esse é um serviço muito carro. Qualquer dia a mais, qualquer semana a mais representa muito dinheiro. O sistema de ônibus custa R$ 2 milhões por dia. A cada semana que a gente atrasasse, seria gerada uma pressão muito grande sobre o caixa", diz Carlos Tomé. 

22/09/2015 - Fonte:  Correio Braziliense - Edição Digital 


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