Os cheques sem fundo atingiram nível recorde em agosto, de acordo com levantamento da Serasa Experian. Os documentos devolvidos por insuficiência de saldo bancário foram de 2,11%, na comparação com o total de compensados - o maior resultado para o mês desde 1991, quando começou a pesquisa. São considerados apenas aqueles devolvidos pela segunda vez.
Na comparação com julho, o indicador recuou 0,18 ponto percentual, movimento que, no entanto, não indica tendência de recuo.
Os sinais de arrefecimento da economia permanecem. No acumulado do ano, a taxa foi de 2,19%, o maior patamar desde 2009.
"A inadimplência vem aumentando justamente a partir do segundo trimestre, quando o desemprego começou a subir de forma mais intensa. O quadro de recessão, juros elevados e inflação alta vai agravar o endividamento das famílias, comprometendo a capacidade de honrarem os compromissos", afirmou Luiz Rabi, economista da Serasa Experian.
A estimativa de mais uma queda do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro semestre, aliada ao cenário de crise política e perda do grau de investimento, deve acelerar a deterioração do mercado de trabalho e ampliar o calote dos cheques.
"Abril, junho e agosto foram meses de recorde. Até o fim do ano, a tendência é que tenhamos outros", disse.
22/09/2015 - Fonte: Correio Braziliense - Edição Digital