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Juros batem recorde pressionados por inadimplência, Selic e economia

São Paulo - Segundo especialistas, a taxa Selic não é o único fator influente na piora das condições de crédito. O atual ambiente político-econômico, somado aos prazos e créditos reduzidos e aos altos indicadores de inadimplência e juros, favorece o risco do crédito.

Ontem, o chefe do Departamento Econômico do Banco Central (BC), Tulio Maciel, apresentou uma série de novos recordes de taxas de juros em agosto, já ultrapassando os patamares já altos observados no mês anterior.

"Isso é para ilustrar que estamos num nível relativamente elevado de juros e o ciclo de alta da Selic é o principal determinante desse movimento", resumiu.

Para Clemens Vinícius de Azevedo Nunes, professor de Economia da Escola de Economia de São Paulo da Faculdade Getulio Vargas (EESP/FGV), apesar de a Selic ser um dos fatores que colaboram na alta dos juros, ela não é o elemento principal.

"Selic mais alta, significa menos PIB [Produto Interno Bruto], menos crescimento econômico e mais desemprego, ou seja, maior inadimplência. O fato é que os bancos já estão se antecipando para não receber e, hoje, já cobram mais caro. É um conjunto. Inadimplência, aumento de encargos fiscais e a incerteza do cenário econômico", avalia o professor.

Oferta

Já a oferta de crédito pelo BNDES mostrou um crescimento "bem mais modesto" por causa das concessões, que caíram 26% no ano, segundo o técnico. E o BC manteve praticamente inalteradas suas projeções para expansão do crédito em 2015, mantendo, no crédito total, a expectativa de 9% de alta.

A única mudança foi na perspectiva para o crédito nos bancos privados nacionais, que passou de 4% para 3%. A previsão para o crédito livre foi mantida em 5%; para o direcionado, em 14%; para os bancos públicos, em 13%, e para os bancos privados estrangeiros também mantida em 7%.

Segundo Miguel Oliveira, diretor executivo de estudos e pesquisas econômicas da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), a situação dos bancos, tanto como os públicos e privados como até mesmo os estrangeiros, já se mostram mais restritivos diante desse cenário.

"Todos eles vão ficar mais restritivos e com retração de crédito, preocupados com a própria dificuldade de conseguir conceder recursos. Até mesmo porque o risco de crédito também acaba afetando-os", analisa o especialista.

Tulio Maciel destacou ser "natural e salutar" para o próprio sistema que o crescimento do mercado de crédito seja menor, mas sustentável.

"Tivemos um avanço importante nesse período em termos de base de crédito. Atingido esse patamar, é natural que tenhamos crescimentos menores", salientou o técnico.

De acordo com os dados de agosto do BC, as instituições públicas voltaram a puxar o aumento do estoque de crédito em agosto ante julho.

Houve avanço de 1%, para R$ 1,737 trilhão. No acumulado do ano, a alta está em 7% e, em 12 meses, de 14,3%.

As instituições financeiras estrangeiras apresentaram o segundo maior crescimento na margem em agosto, de 0,5%.

O estoque desse grupo está em R$ 451,420 bilhões. No ano, a alta é de 2,3% e, em 12 meses, de 7,4%. Já os bancos privados nacionais registraram um incremento de 0,2% do estoque na comparação mensal, para um total de R$ 943,693 bilhões. No ano, há queda de 1% e, em 12 meses, alta de 2,9%.

Segundo Nunes, "boa parte da situação de crédito foi puxada pela expansão dos bancos públicos" que, agora, já atingiram um patamar "restrito pelos ajustes do governo".

"Os bancos públicos já estão numa situação que não tem mais capital suficiente pra expandir os créditos. Eles precisam de capitalização, que precisa vir do governo, que não tem recursos. Em um cenário como esse é melhor ter seu capital rendendo Selic do que você emprestar e correr o risco de não receber de volta", afirmou Nunes.

Questionado sobre se a projeção do BC de expansão de 9% para o mercado este ano é o novo ritmo do setor para o Brasil, Tulio Maciel disse que não se atreveria a dizer qual é o percentual a ser considerado como o mais adequado.

"Depende de condições diversas, mas é razoável supor que venha a prevalecer à frente [essa taxa]", afirmou.

Para os especialistas ouvidos pelo DCI, a melhora do cenário ainda depende do processo de estabilização da economia.

De acordo com Fabiano Lima, pesquisador do Instituto Assaf, a situação só verá mudanças quando os indicadores econômicos do País começarem a melhorar. "Agora deve estabilizar, já não houve mais aumento da taxa de juros. A partir do momento que a inflação começar a ceder, a taxa já pode começar a cair. Mas isso não deve ser logo", conclui.

Isabela Bolzani e Agências

24/09/2015 - Fonte:  DCI 


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