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Depósito de grandes bancos recua em 2015

O crédito escasso e o orçamento apertado das famílias brasileiras fizeram com que o saldo de recursos depositados nos grandes bancos começasse a recuar em 2015, depois de pelo menos cinco anos de sucessivos crescimentos. Os números do primeiro semestre dos bancos deixaram clara essa tendência, que persiste na segunda metade do ano, na medida em que os clientes têm sacado recursos para fechar as contas do mês ou saído em busca de aplicações mais rentáveis, especialmente no caso da caderneta de poupança.

Até junho, os cinco maiores bancos do país - Banco do Brasil, Itaú Unibanco, Caixa Econômica Federal, Bradesco e Santander Brasil - registraram R$ 1,41 trilhão em recursos depositados, considerando os depósitos à vista (o dinheiro parado em contas correntes, que pode ser tirado a qualquer momento), a prazo (como o Certificado de Depósito Bancário, CDB), os depósitos da caderneta de poupança e outras modalidades (como o interfinanceiro). A cifra representa queda nominal de 1% na comparação com mesmo mês do ano passado e de 3,4% ante março. Vale lembrar que essa queda acontece apesar da incidência dos juros sobre o estoque e que, em termos reais, o recuo é ainda maior.

Para fins de comparação, o estoque de crédito ampliado (incluindo avais e fianças) desse quinteto de bancos somou R$ 2,78 trilhões em junho, com crescimento de 10,9% no acumulado de 12 meses e de 0,2% ante março de 2015.

De lá para cá, a despeito de haver alguma reação na captação de CDBs, a retirada de recursos da poupança voltou a se acelerar e os bancos continuaram a sentir movimentação mais intensa nos recursos deixados em contas correntes. O saldo da caderneta de poupança, por exemplo, baixou de R$ 646,6 bilhões em junho para R$ 638,9 bilhões até 28 de setembro. Embora dados de depósitos à vista não estejam disponíveis para além do primeiro semestre, executivos de bancos relatam que recursos antes parados nas contas correntes estão sendo sacados por clientes com orçamento mais apertado.

Entre junho e meados de setembro, o estoque de CDBs cresceu marginalmente, ajudado pela maior busca por liquidez diária, saindo de R$ 474,4 bilhões para R$ 485,6 bilhões. Reportagem do Valor mostrou que a diminuição do lastro para emissão de letras de crédito imobiliário (LCI) e do agronegócio (LCA), além de o BC ter vetado a liquidez diária para LCAs no meio do ano, aumentaram a procura pelo CDB.

Segundo o executivo de uma grande instituição financeira, com o crédito fraco há pouco incentivo para os bancos captarem. Além disso, manter um excesso de liquidez na forma de depósitos no balanço, sem que haja uma contrapartida nos empréstimos, prejudica a rentabilidade do banco, pondera essa fonte. "Mais liquidez no balanço faz com que o banco tenha um retorno menor. Por isso, temos procurado atender a algumas demandas de clientes, como a proteção contra inflação, com instrumentos fora do balanço", diz.

É por isso, na visão dele, que os bancos têm preferido destinar recursos de clientes para fundos, letras financeiras ou letras de crédito, movimento que deve prosseguir até o fim do ano. No acumulado dos nove primeiros meses de 2015, até 28 de setembro, o saldo de recursos aplicados em fundos de investimentos, por exemplo, cresceu 9,5%, para R$ 2,94 trilhões. Quando se olha para a captação líquida, só os fundos apresentam ingressos neste ano, com R$ 38,4 bilhões, enquanto o CDB ainda perde R$ 23,9 bilhões e a caderneta R$ 58,9 bilhões.

"Este ano temos observado uma maior dinâmica na movimentação das contas correntes e de investimentos no mercado. Isso pode ser atribuído tanto à elevação de juros, que estimula a busca pela otimização de rendimentos e a realocação de recursos, como também a um ambiente macroeconômico mais desafiador, que acaba fazendo com que parte da população faça uso de recursos acumulados ao longo do tempo para o seu consumo no dia a dia", afirmou o diretor de relações com investidores do Itaú Unibanco, Marcelo Kopel, em entrevista por e-mail.

Os balanços dos grandes bancos mostram que a saída dos depósitos foi muito além da poupança, com algumas instituições financeiras mostrando reduções expressivas nos estoques de depósitos à vista e a prazo na primeira metade do ano.

No Itaú, por exemplo, o saldo total de depósitos cresceu 1,1% no acumulado de 12 meses encerrados em junho, embora tenha recuado 6,1% na comparação com o período entre janeiro e março. Chama a atenção, porém, o fato de os depósitos a prazo do banco recuarem 24,4% na comparação anual e 7,9% na trimestral.

Já no Bradesco, o recuo dos depósitos como um todo foi de 8,1% em 12 meses até junho e de 7,5% na comparação trimestral. Os depósitos à vista do banco recuaram 27,8% ante igual mês do ano anterior e 13,6% na comparação com o primeiro trimestre.

Procurado, o Bradesco não concedeu entrevista, mas informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que "os clientes têm buscado alternativas de investimento e tem ocorrido uma migração para produtos como Letras Financeiras, LCI, LCA e fundos de investimento".

Na divulgação de seu balanço do segundo trimestre, o banco já havia ressaltado que a escalada dos juros vinha causando um movimento de saída de depósitos mais tradicionais para modalidades de investimento com maior rentabilidade. No banco, os depósitos interfinanceiros e o saldo de poupança mostraram alta, respectivamente, de 40,3% (para R$ 731 milhões) e de 7,9% (para R$ 91 bilhões) no acumulado de 12 meses até junho, embora a caderneta tenha recuado 0,8% na comparação com o primeiro trimestre.

Vale lembrar também que boa parte do que os bancos captam via depósitos fica sujeita a algum percentual de recolhimento compulsório pelo Banco Central (BC). Ou seja, migrar essas aplicações para fundos ou mesmo para as letras de crédito ajuda também a diminuir o impacto de tais regras sobre as instituições financeiras. (Colaborou Fabiana Lopes)

05/10/2015 - Fonte:  Valor Online


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