São Paulo - Cautela e organização financeira neste final de ano são fundamentais para os gastos extras de 2016. Priorizar as contas essenciais e "comprar preços em vez de marcas", pode fazer a diferença na hora de colocar contas na ponta do lápis.
Segundo especialistas, os valores do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) e o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), além da matrícula e do material escolar e da eventual declaração do Imposto de Renda, que normalmente começa em abril, por exemplo, já podem ser planejados desde agora sob o orçamento familiar.
Dora Ramos, especialista em contabilidade e controladoria, compartilha desta opinião. "Não tem como se preparar para o futuro sem saber como está a sua situação atual. Mesmo com a entrada extra prevista para o 13º salário, é importante organizar o seu orçamento para contas que você já sabe que vai ter", avalia.
Dados de uma pesquisa realizada pelo Programa de Administração do Varejo da Fundação Instituto de Administração (Provar/FIA) em parceria com o Instituto Brasileiro de Executivos do Varejo (Ibevar) e a Felisoni Consultores Associados, mostram que a intenção de compra de bens duráveis para o quarto trimestre deste ano caiu para 34,4%, 10 pontos percentuais abaixo, em comparação ao trimestre imediatamente anterior (44,4%).
Para Fábio Moraes, diretor de educação financeira da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), "a decisão em como gastar o dinheiro está ligado não só as despesas que vão surgir, mas também àquilo que a pessoa já tem para pagar" . Ele ainda afirma que a avaliação de contas em atraso ou que estão perto de vencer é fator principal para decidir quanto poderá ser gasto sem prejudicar o orçamento.
"A análise orçamentária é a primeira coisa a ser feita. Precisa ver como estão as contas, se existe algum problema de crédito e verificar quais as demandas que ela terá em curto prazo para poder saber como gastar. Além disso, é importante sempre dar um pouco de priorização para que se sobre algum dinheiro", analisa.
A respeito dos pagamentos das contas do começo de 2016, os especialistas ouvidos pelo DCI ressaltam que existem ferramentas a serem utilizadas para conseguir desconto.
Para Dora Ramos, a situação da crise econômica do País abre mais espaço para a negociação. "Vale a pena tentar barganhar", ressalta.
Já segundo Moraes, também vale se atentar a algumas situações onde o valor a ser pago diminua. Ele afirma que, quando possível, para quem paga contas de IPTU e IPVA à vista, muitas vezes existem pequenos descontos do valor total.
"Existem dicas pra vários itens. A compra coletiva, por exemplo, também pode ser uma saída para economizar. Juntar vizinhos e conhecidos para comprar de lojas atacadistas pode deixar os materiais escolares bem mais baratos. É importante se unir para esse momento difícil", disse.
"O poder de barganha está muito mais com o consumidor do que com o comerciante, e o primeiro tem que usar esse poder, porque é um período difícil. Assim, existe uma solução para todo mundo", reflete.
Despesas do Final do Ano
Os especialistas ainda destacam que o controle das despesas do final deste ano faz parte das medidas a serem tomadas para se preparar aos gastos extras do começo de 2016.
De acordo com Dora, para "se precaver e driblar" os impactos dos possíveis aumentos nos preços do ano que vai entrar, o "controle rígido das despesas de hoje" é necessário.
"Além disso, como esses gastos são repetitivos, já dá pra ver o quanto pagou de IPTU e IPVA na vez passada e colocar um pouco de acréscimo nessa conta, pra já ter uma ideia de quanto vai precisar pagar no ano que vem. Assim, já vai fazendo o planejamento" , sugere Dora Ramos.
"Quem já estabelece uma meta de guardar um pouco do que ganha, já está preparado e prevenido. Não só para o começo do ano, mas em todas as ocasiões", conclui Moraes.
Isabela Bolzani
26/10/2015 - Fonte: DCI