O Banco do Brasil (BB) vai passar a oferecer crédito de forma instantânea, por meio de um chat, para os seis milhões de clientes que usam com frequência o site e o aplicativo da instituição nos computadores e celulares.
Desde janeiro, o BB vem realizando testes dessa ferramenta, batizada de "real time", com 80 mil clientes.
De acordo com o BB, o piloto demonstrou alto nível de efetividade na abordagem aos clientes: no caso da oferta de crédito, 37% terminaram com o fechamento de negócios; na oferta de planos de previdência, o sucesso se deu em 23% das interações.
Recentemente, o teste foi feito com os clientes de alta renda que usam o aplicativo do banco. Agora, a ferramenta será usada com os 6 milhões de clientes que optam por fazer transações online.
Cerca de 80 profissionais do banco têm o desafio de oferecer financiamentos ou outros produtos com base no comportamento dos clientes.
"Esse é o futuro da estratégia da oferta de crédito dos bancos. É preciso mapear o comportamento para oferecer a opção mais conveniente e cômoda", diz Raul Moreira, vice-presidente de negócios de varejo do banco.
A oferta mais direcionada de produtos e crédito se tornou possível desde que a área de negócios do banco começou a usar os dados do CRM (sigla em inglês de Customer Relationship Management), o que permitiu lançar um olhar individualizado sobre os clientes.
O primeiro investimento do banco nesse sistema foi em 2010. As primeiras soluções, porém, só saíram em 2012.
Neste ano, a área de negócios conseguiu usar as informações geradas com base nos algoritmos para vender os produtos de forma mais eficaz. Ao todo, o BB investiu R$ 250 milhões nessa ferramenta.
Cheque Especial
Um levantamento feito pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) com internautas que vivem encerram o mês com contas no vermelho ou no zero a zero, revela que 28% admite usar o cheque especial e o cartão de crédito como extensão da própria renda.
De acordo com o estudo, 62% dos entrevistados não conseguiram poupar e 38% deixaram de pagar alguma conta nos últimos seis meses.
O educador financeiro do portal Meu Bolso Feliz, José Vignoli, ressalta que o cheque especial, apesar de prático, só deve ser usado em casos emergenciais e de curto prazo.
"Ao inclui ao orçamento um dinheiro que, na verdade, não possui, o consumidor se submete a um risco considerável de endividamento. Com juros médios de 250% ao ano, é um erro grave recorrer ao limite do cheque especial como uma renda para ser usada sem cautela", alerta.
28/10/2015 - Fonte: DCI