SÃO PAULO - O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, ressaltou o papel dos investimentos estrangeiros nos últimos anos. Este mês, disse ele, o ingresso líquido de investimento foi de US$ 6 bilhões. No ano somaram US$ 62 bilhões, o equivalente a 4% do PIB. Os investimentos externos ajudaram a cobrir o déficit de conta corrente e serão fundamentais para o crescimento e para a nova capacidade de produção.
Os investimentos brasileiros no exterior, disse Levy, estão presentes em 90 países, inclusive serviços financeiros. A maior inserção do Brasil no exterior ajudou a equilibrar a economia, embora a mudança de preços das matérias-primas tenha levado a mudança no cenário dos investimentos.
Repatriação
Levy voltou a defender projetos do governo para ampliar a vinda de recursos do exterior. Entre eles, está a repatriação de recursos enviados ilegalmente para o exterior e que vai ajudar ajudem a cobrir o rombo fiscal.
"Temos muitos desafios na pauta legislativa. Há alguns pontos de atenção, como a questão da repatriação. Não podemos deixar que ela tenha seu caráter alterado de maneira indesejável. É uma fonte importante de recursos, e precisamos promover a segurança daqueles que aderirem ao programa", afirmou. "A combinação de segurança jurídica é cada vez mais importante para retomar o crescimento da economia", disse.
O ministro também defendeu novamente a reforma do ICMS, de forma que a "guerra fiscal" entre os Estados brasileiros não prejudique a instalação de empresas estrangeiras no país.
"Um objetivo nosso é facilitar a reforma do ICMS, para estimular o investimento. Muitas empresas ficam em dúvida se vêm para o Brasil por causa da guerra fiscal.
Remapear o ICMS é uma questão importante para retomarmos o crescimento", disse, no seminário "Investimentos estrangeiros no Brasil e do Brasil no exterior", em São Paulo.
Levy, por outro lado, lamentou a queda de investimentos da Petrobras, citando estudo da Fazenda que estima em dois pontos percentuais a queda do PIB causada pela crise da empresa. Mas ele também voltou a garantir que está otimista com o futuro econômico brasileiro.
"As características do Brasil são fortes, já passamos por outros momentos difíceis e vamos superar esse. O Brasil normalmente encontra o seu caminho, e o nosso sistema democrático tem resiliência", afirmou. "Temos hoje com o auxílio do câmbio a oportunidade de ter investimentos de alto valor agregado", disse.
28/10/2015 - Fonte: Valor Online