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Uma série de anos ruins pode arruinar a poupança para a aposentadoria

Planos baseados nas suposições de retorno médio subestimam os riscos envolvidos e podem provocar déficits

Uma sequência infeliz de anos de investimentos ruins na hora errada pode arruinar a poupança de aposentadoria e até mesmo devastar décadas de retornos médios decentes. Chamada de "risco de sequência", trata-se da possibilidade de um intervalo ruim, ou seja, uma série de anos ruins ou até mesmo um ano excepcionalmente fraco ter um impacto muito grande sobre os resultados das poupanças, mesmo com os poupadores sendo diligentes e consistentes.

Um poupador pode, por exemplo, assumir que vai ter um certo retorno médio de investimentos em uma planejada vida produtiva ao longo de 40 anos e outro, talvez menor, após a aposentadoria. Mas se você se deparar com alguns anos ruins na fase posterior de acúmulo, poderá ter seus retornos afetados desproporcionalmente. A mesma coisa pode acontecer se você tiver um ano ruim no começo da aposentadoria, quando o golpe sobre a poupança acumulada pode chegar ao seu máximo.

A conclusão pode ser que os planos baseados nas suposições de retorno médio subestimam os riscos envolvidos e podem provocar déficits desagradáveis. Além disso, os planos conhecidos como "ciclo de vida" - o sistema que ameniza os investimentos mais arriscados à medida que o poupador se aproxima da data da aposentadoria - podem não ajudar muito na gestão do risco de sequência.

"O risco de sequência mostra sua cara feia sempre que os fluxos de caixa passam a ser importantes - e sabemos que os fluxos de caixa são importantes nas fases de aposentadoria e acumulação", afirmaram Peter Chiappinelli e Ram Thirukkonda, da gestora GMO, em um relatório sobre risco de sequência divulgado em agosto. "Os atuais modelos de alocação de ativos - sendo os mais populares os ciclos de vida com datas definidas, estáticos ou predeterminados - sabem que o risco de sequência existe, mas se comportam como se nada pudesse ser feito para mitigá-lo", ponderam os autores.

A GMO usa como ilustração dois aposentados, sendo que um começou a poupar em 1954 e o outro em 1967. Ambos trabalharam e pouparam a mesma quantia - 9% do salário - no mesmo fundo, usando as mesmas alocações. Ambos tiveram retornos idênticos de 8% ao ano ao longo de 40 anos. Mesmo assim, aquele que começou em 1967 acabou com US$ 880 mil após 40 anos, enquanto que o mais velho terminou com apenas US$ 590 mil.

O motivo: o poupador mais jovem sofreu com os problemáticos anos 70, quando tinha pouco dinheiro acumulado, mas deu sorte quando o mercado decolou enquanto acumulava seu patrimônio na década de 80. O poupador mais velho passou pelo mesmo período ruim dos anos 70, só que no momento errado: quando ele já havia acumulado o suficiente para sofrer mais com o baque.

Uma questão que o risco de sequência levanta é que a mudança dos planos de benefícios definidos, no qual o beneficiário recebe a renda contratada no início, para os planos de contribuições definidas, em que o rendimento depende do montante acumulado e da rentabilidade no período, foi uma grande transferência de risco. Tome por exemplo um grupo variado em um fundo de pensão e você poderá dividir os anos felizes e os infelizes de uma maneira em que os resultados individuais são misturados para que se chegue a uma média razoavelmente aceitável. Não é assim, porém, que os sistemas previdenciários típicos funcionam hoje em dia.

O risco de uma sequência ruim talvez seja maior durante os últimos 15 anos da fase de acumulação e nos primeiros dez anos da aposentadoria, quando os recursos estão sendo retirados de grandes "pools" de poupança sem que nenhum dinheiro entre.

Wade Pfau, professor de renda de aposentadoria do American College, afirma que a taxa de retirada aceitável, o percentual do valor final de um portfólio que pode ser sacado com segurança ao longo de um período esperado de aposentadoria de 30 anos, varia muito dependendo do sequenciamento dos retornos. Usando uma alocação de ativos de 50% em ações e 50% em bônus, os benefícios, e as aposentadorias, são muito diferentes entre si.

Uma pessoa que se aposentou em 1937, tendo passado pela maior parte do crash de 1929 e pela Grande Depressão, para ter segurança, poderia retirar apenas 3,95% ao ano do pé-de-meia que tinha na aposentadoria. Uma pessoa que se aposentou em 1982, por sua vez, teria condição de sacar 9,19%.

Então, o que fazer? Em grande parte somos todos reféns de nossa época, mas há passos além de uma estratégia ciclo de vida padrão que podem ajudar a minimizar os riscos de um benefício particularmente fraco. A GMO, conforme se pode esperar de uma firma especializada em investimentos em valor, acredita que usar a avaliação como informação para a alocação de ativos pode ajudar. O revezamento de ações mais valorizadas para papéis mais baratos produz perdas menores e menos oscilações de rentabilidade em dois terços das vezes.

A GMO diz que, ao considerar períodos de investimento de 40 anos nos mercados retroagindo a 1881 e usando uma métrica de alocação de ativos e avaliação mais simples, obteve informação significativa. O portfólio médio no fim do período de 40 anos mostrou-se mais de 13% maior do que teria sido com o uso de um sistema ciclo de vida clássico.

Vale a pena se proteger do risco de sequência: os mercados podem ser eficientes, mas certamente não são justos.

11/11/2015 - Fonte:  Valor Online 


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