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Aumenta risco de Petrobras não pagar dividendos

A diretoria da Petrobras se empenhou em destacar a investidores e analistas na última sexta-feira os avanços obtidos pela companhia no terceiro trimestre, principalmente relacionados a redução de custos operacionais e aumento de produção no pré-sal. Mas o esforço não foi suficiente para dissipar a preocupação dos interlocutores quanto à capacidade financeira da companhia de manter investimentos, pagar dívidas e distribuir dividendos para os acionistas.

O fato de a companhia ter fechado o terceiro trimestre com prejuízo de R$ 3,8 bilhões, acima do esperado pela média dos analistas, fez crescer a possibilidade de a estatal não pagar remuneração aos acionistas pelo segundo ano seguido, conforme destacaram os analistas dos bancos J.P. Morgan e Itaú BBA em relatórios distribuídos a clientes.

Depois do prejuízo de R$ 21,5 bilhões registrado pela Petrobras no ano passado, o comando da companhia optou por não pagar dividendos nem ao menos para os preferencialistas, que conforme o estatuto têm direito a remuneração mínima no caso de haver alguma distribuição de resultados (ainda que das reservas de lucros).

Agora, o lucro líquido acumulado de janeiro a setembro soma apenas de R$ 2,1 bilhões, o que significa que se houver novos eventos não recorrentes que deixem o resultado no vermelho no quarto trimestre - como pagamento de tributos em disputa ou realização de novas baixas de ativos, que costumam se concentrar no fim do ano -, a remuneração dos acionistas pode subir novamente no telhado.

Não por acaso, as ações preferenciais caíram 4,08% na sexta-feira enquanto as ordinárias recuaram menos, 2,66%.

A maior preocupação dos investidores está relacionada com o alto endividamento. Como consequência direta da alta do dólar, a dívida líquida da companhia, que já não era pequena, subiu mais 24% no trimestre, para R$ 402 bilhões. Esse valor representa 5,2 vezes o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda), ante um índice de 4,6 vezes exibido no fim de junho.

Como a própria diretoria da Petrobras reconhece, a redução relevante desse indicador depende do sucesso do seu plano de venda de ativos, uma vez que a geração de caixa não é suficiente para custear os investimentos da companhia e também o pagamento de juros e, quando houver lucro, dividendos.

O plano de desinvestmento, contudo, terá "execução complexa", nas palavras de Felipe Mattar, analista do Goldman Sachs, que manteve a recomendação de venda para as ações da petrolífera.

Neste ano, por exemplo, a Petrobras previa obter US$ 3 bilhões com a venda de ativos, mas só US$ 200 milhões entraram no caixa até setembro, e outros US$ 500 milhões estão previstos quando a venda de parte da Gaspetro for aprovada.

Para 2016, a empresa conta com a entrada de US$ 15 bilhões no caixa vindo de desinvestimentos, mas existem dúvidas no mercado quanto à capacidade da Petrobras de se desfazer de ativos com metade do seu atual valor de mercado em um único ano.

Enquanto não vende ativos, a Petrobras vem adotando uma série de medidas para preservar o caixa, como corte de custos, aumento da produtividade e redução de investimentos. Ao citar essas medidas na semana passada, o diretor financeiro da Petrobras, Ivan Monteiro, disse que a companhia "não terá uma varinha mágica do Harry Potter, mas sim vários processos que em paralelo farão com que a companhia melhore".

Para lidar com a situação financeira atual, Marcos Severine, do J.P., defende nova redução dos investimentos e novos reajustes dos preços dos combustíveis.

Na sexta, a companhia informou que os investimentos deste ano devem somar US$ 23 bilhões, US$ 2 bilhões abaixo dos US$ 25 bilhões previstos na revisão do plano de negócios - a meta inicial era de US$ 28 bilhões.

Sobre o temor dos reflexos disso na produção projetada para os próximos anos, a diretora de exploração e produção da companhia, Solange Guedes, garantiu que a revisão da meta de investimentos para 2015 e 2016 não vai afetar a curva de produção no curto prazo. "Não há esse impacto de curto prazo previsto nos nossos resultados", disse Guedes a analistas.

Na seara financeira, a companhia tem hoje dois grandes desafios. O primeiro é amealhar credores interessados em rolar sua enorme dívida, que foi quase toda contratada quando ela empresa ainda tinha o selo de grau de investimento de três grandes agências de classificação de risco - atualmente só resta o da Fitch O segundo é assegurar que o custo para renovar esses financiamentos não seja proibitivo.

Para uma empresa que tem uma dívida bruta de meio trilhão de reais, qualquer ponto percentual a mais ou menos no custo médio da dívida representa R$ 5 bilhões a mais ou a menos de pagamento de juros por ano.

É exatamente para não ficar no corner na negociação com credores que a Petrobras tem mantido alto nível de liquidez, e dispõe hoje de cerca de R$ 100 bilhões em caixa.

Monteiro disse que, mesmo sem o grau de investimento, intermediários financeiros se apressaram nos últimos meses e colocaram "na mesa" da diretoria financeira US$ 25 bilhões em ofertas de empréstimos. Isso não significa que a companhia vai tomar tudo isso em crédito novo. O diretor disse que pode captar algo de zero a US$ 25 bilhões. Tudo dependerá das condições e do interesse da Petrobras.

Se o custo estiver compatível e o prazo for longo, ótimo. Do contrário, a empresa não se sente pressionada a fechar negócio.

Para conseguir taxas de juros mais baixas que as que seriam cobradas com emissões tradicionais no mercado externo - com custo próximo de 10% ao ano -, a saída tem sido a realização de operações estruturadas.

Os ativos dados em garantia podem ser tanto plataformas, como na recém-anunciada operação de US$ 2 bilhões com o banco chinês ICBC, como direitos sobre fluxos futuros de exportação.

A má notícia fica para os atuais detentores de títulos de dívida da companhia, num total de US$ 52,5 bilhões. Isso porque os novos credores entram na frente na fila de recebimento.

16/11/2015 - Fonte:  Valor Online


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