A Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) recomendou ao Tribunal do órgão a aprovação da compra do HSBC Brasil pelo Bradesco, desde que os bancos assinem acordo em controle de concentrações proposto pelas instituições financeiras.
O órgão de defesa da concorrência já havia afirmado que o negócio era "complexo", apontando a necessidade de se analisar "de forma cuidadosa" eventual tendência de aumento de preços para os consumidores por conta do negócio.
"A Superintendência-Geral concluiu que o ato se insere em um mercado com evidências bastante claras de ausência de competição efetiva, com elevadas margens de lucro e baixa eficiência operacional, resultando em serviços mais caros e de menor qualidade para os consumidores, em um mercado com elevados custos de troca", disse a Superintendência-Geral em parecer, acrescentando que, embora a participação de mercado do HSBC Brasil seja baixa, a operação não poderia ser aprovada sem restrições.
Assim, a Superintendência optou por negociar com os bancos medidas "comportamentais que possam garantir maior nível de bem estar para os consumidores e promover algum incremento de competição no mercado", segundo o parecer.
O acordo para aprovação do negócio deve ser assinado entre o Cade e o Bradesco, tendo o HSBC como interveniente. Ele envolve medidas agrupadas em quatro eixos: comunicação e transparência, treinamentos dos servidores bancários, indicadores de qualidade dos serviços e compliance.
O Bradesco terá que comprometer-se a implementar 16 medidas para eliminar preocupações concorrenciais encontradas pelo Cade dentro desses quatro eixos.
A recomendação ao Tribunal do Cade foi publicada em despacho nesta segunda-feira no Diário Oficial da União, no qual a Superintendência-Geral também ofereceu impugnação do negócio ao Tribunal do órgão.
A Superintendência-Geral pode aprovar diretamente um ato de concentração sem restrições ou então oferecer sua impugnação perante o Tribunal, quando entende que ele deve ser rejeitado ou aprovado com condições, conforme o regimento interno do Cade.
A operação entre Bradesco e HSBC Brasil foi anunciada em agosto do ano passado por US$ 5,2 bilhões.
FONTE: FOLHA S. PAULO 04/04/2016
Investimentos e poupança vão a debate nesta 2ª
O Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento) e a Folha realizam, nesta segunda-feira (4), novo ciclo de debates da série "Diálogos", especial conjuntura econômica.
Cláudio Hamilton dos Santos (Ipea) e Samuel Pêssoa (Ibre/FGV), colunista da Folha, discutirão investimentos e poupança no Brasil. A mediação será de Álvaro Fagundes, editor-adjunto de "Mercado".
O debate será das 9h30 às 11h30, no auditório do Cebrap (r. Morgado de Mateus, 615, Vila Mariana, São Paulo). A entrada é grátis e não é necessária inscrição.
Os seminários da série "Diálogos" têm como objetivo discutir os dilemas econômicos do país do ponto de vista técnico e considerando as influências políticas e sociais que os envolvem.
FONTE: FOLHA S. PAULO 04/04/2016