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Notícias

Vale quer reativar duas usinas no Complexo de Tubarão, em Vitória

Ação promete reduzir perdas com paralisação da Samarco.

Usinas de pelotização estavam paradas desde 2012.

A Vale quer reativar as usinas de pelotização 1 e 2 do Complexo de Tubarão, em Vitória, para reduzir as perdas com a paralisação da Samarco, após o rompimento das barragens de Fundão, em Mariana.

Até pouco tempo, a possibilidade de reativação era remota. O objetivo da Vale é também atender o aquecimento do mercado mundial de pelotas de minério de ferro.

Em conferência com investidores e analistas para comentar os resultados financeiros e operações do segundo trimestre de 2016, um dos diretores executivos da Vale, Peter Poppinga, disse que tem dois fatores acontecendo, em paralelo, em relação ao mercado de pelotas.

 “Um deles já estava na mesa há mais tempo, que é o efeito Samarco, e outro é que o mercado começou a se recuperar de forma natural da demanda, onde você está vendo necessidade maior de produtividade. Tanto é que estamos vendo a possibilidade de voltar com as usinas 1 e 2 para fornecer ao mercado aquilo que ele está precisando”, argumenta Poppinga.

Antes da suspensão das atividades da mineradora de Anchieta, o Espírito Santo produzia algo próximo a 60 milhões de toneladas de pelotas ao ano, segundo especialistas ouvidos pela reportagem.

Após a tragédia, essa produção caiu pela metade, chegando a 30 milhões de toneladas. Mesmo com uma previsão de a Samarco voltar a operar entre março e abril de 2017, a capacidade produtiva inicial da empresa não chegaria a 18 milhões de toneladas ao ano.

Assim, vai ficar um espaço de 12 milhões de toneladas, que pode ser atendido pelas usinas 1 e 2 da Vale, destaca Durval Vieira de Freitas, diretor da DVF Consultoria.

“As duas plantas têm capacidade de produzir de três a quatro milhões de toneladas de pelotas cada uma. Apesar de terem um custo maior de operação do que as plantas novas, fazer um investimento nelas vai sair muito mais barato do que fazer uma nova expansão para suprir as perdas com a paralisação da Samarco”, avalia o analista.

No segundo trimestre de 2016, a produção de pelotas nas plantas de Tubarão – 3, 4, 5, 6, 7 e 8 – alcançou 6,7 milhões de toneladas, ficando 7,8% e 7,5% abaixo do primeiro trimestre de 2016 e do segundo trimestre de 2015, respectivamente, devido principalmente às paradas programadas para manutenção ocorridas no segundo trimestre de 2016.

Na conferência, Poppinga assinalou que as plantas 1 e 2 são “usinas pequenas”, porém necessárias para atender aos clientes da Vale no exterior. “Então, não seria um grande aumento de pelotas. Mas, em resumo, o mercado de pelotas está extremamente aquecido”, explicou o diretor.

Barragem
Consideradas muito custosas do ponto de vista tecnológico e pouco eficazes, no que diz respeito à produção, as usinas 1 e 2, as mais antigas do Complexo de Tubarão, foram desativadas em novembro de 2012, por uma decisão estratégica da empresa, depois de funcionarem por mais de 40 anos. No comunicado ao mercado, a Vale  não deixa claro quanto deverá investir para modernizar essas plantas industriais.

O rompimento das barragens de Mariana foi um duro golpe na economia capixaba, que viu seu Produto Interno Bruto (PIB) industrial dar uma freada brusca depois de crescer por dois anos, na contramão do cenário nacional.

O desempenho positivo da economia foi mantido até o terceiro trimestre de 2015, quando o crescimento chegou a 2,4%. Mas houve uma brusca ruptura na última parte do ano, havendo um decréscimo de 6,5% em relação ao trimestre imediatamente anterior.

A indústria extrativa capixaba declinou 24,1% no período, provocando uma retração de 11,1% no PIB trimestral, em relação a igual período do ano anterior.

Balanço
Por meio de nota, a Vale  preferiu não dar detalhes sobre o funcionamento das duas usinas nem informações sobre a quantidade de postos de trabalho que as novas operações devem gerar.

Entretanto, reforçou o que está contido no balanço de produção do segundo trimestre de 2016: “a Vale está analisando a retomada das operações nas plantas de pelotização 1 e 2 de Tubarão, em resposta à redução de oferta oriunda da parada da Samarco”.

O relatório aponta ainda que a produção nacional de pelotas, no segundo trimestre de 2016, totalizou 10 milhões de toneladas em todo o país - excluindo a produção atribuível à Samarco.

Ambientalistas preocupados com operação
Junto com a perspectiva de reativação das duas usinas de pelotização mais antigas da Vale  , há, entre os ambientalistas, a preocupação com a possibilidade de haver o aumento da poluição atmosférica na Grande Vitória.

“Se o nível tecnológico é baixo, com certeza vai ter um aumento de particulado no ar. Merece um estudo dos órgãos ambientais para verificar o impacto disso”, destaca o especialista em meio ambiente, José Luiz Gasparini.

O Instituto Estadual de Meio Ambiente (Iema) informou que as Usinas 1 e 2 da Vale possuem Licença de Operação vigente.

O órgão ressalta que, para a emissão da Licença de Operação da Usina 8, foi exigido da   Vale  a instalação de uma série de controles ambientais nas demais usinas (incluindo as 1 e 2), principalmente no que se refere a controles ambientais atmosféricos.

A   Vale, por sua vez, informou que as usinas 1 e 2 possuem “todos os controles ambientais existentes nas demais unidades, garantindo sua eficiência”.

Pelotização
O Mercado 
A entrada da Vale na produção e comercialização de pelotas representou uma importante inovação tecnológica para o país. Com esse novo processo, a empresa passou a reaproveitar o minério ultrafino (pellet feed), considerado rejeito nas minas, e a transformá-lo em pelotas feitas sob medida para a indústria siderúrgica.

As Usinas
Primeira usina - Com capacidade de 2 milhões de toneladas, foi instalada no Espírito Santo em 1969, sendo a primeira usina de pelotização do país.

Segunda usina - Baseada em pesquisas que apontavam para o crescimento da demanda mundial por este produto, a Vale deu início a construção de sua segunda usina de pelotização no Complexo, dimensionada para produzir 3 milhões de toneladas anuais e inaugurada em 1973.

Atualmente
Com oito usinas, o Complexo de Tubarão é hoje o maior polo pelotizador do mundo. As usinas instaladas em Vitória têm capacidade para produzir 36,2 milhões de toneladas de pelotas por ano.

Reativação deve criar 2,4 mil empregos
A reativação das usinas 1 e 2 do Complexo de Tubarão, em Vitória, deve proporcionar a geração de até 2 mil empregos indiretos em áreas como transporte, logística e serviços, além outras 400 vagas diretas, que é o volume de mão de obra necessário para colocar as duas plantas em operação.

Essa projeção é de Durval Vieira de Freitas que, além de diretor da DVF, é consultor empresarial e idealizador do Programa de Desenvolvimento de Fornecedores (PDF).

“Acredito que, como o cenário está posto, a reativação não vai demorar. Além de melhorar o PIB capixaba, toda a cadeia produtiva será beneficiada”, completa Durval.

 

Fonte: G1 09/08/2016


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