Empresas e trabalhadores terão que se adequar a uma nova realidade, que deve incluir redução de níveis salariais para profissionais mais experientes. Essa é a avaliação de especialistas em Recursos Humanos e em Direito Trabalhista sobre a possível aprovação da proposta do governo da idade mínima de 65 ou até 70 anos para a aposentadoria.
Entre as críticas à nova regra está a de que, como atualmente já é difícil pessoas com mais de 50 anos serem contratadas, a mudança na idade mínima para se aposentar aumentaria o número de desempregados nessa faixa etária. Larissa Meiglin, psicóloga e supervisora de assessoria a carreira e ao candidato da Catho, argumenta que tanto os patrões como os candidatos terão que se adaptar:
— Caso a lei mude, com certeza espaço não vai faltar. O que a gente precisa ter bastante cuidado, é com a questão das expectativas. Quanto mais tempo eu tenho (de profissão), melhor remunerado, ou seja, mais reconhecido financeiramente eu espero ser. Esse profissional terá que entender que pode ser que a empresa não consiga manter a mesma ascensão exponencial que ele teve até certo momento da carreira — afirma.
José Ricardo Ramalho, advogado especialista em Direito Trabalhista, faz avaliação semelhante, mas diz que a empregabilidade dos maiores de 50 anos pode até melhorar:
— Às vezes, a empresa pensa: “eu vou treinar essa pessoa e daqui a três, cinco anos ela vai se aposentar?” Mas, se a mudança for aprovada, a pessoa não estará tão próxima da aposentadoria, então, a chance de contratação, talvez, até melhore — disse Ramalho.
Fonte Extra de 29/09/2016