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Notícias

HIV ainda desafia saúde pública

 

Autor(es): Giovana Girardi

 

 

 30 anos da descoberta do vírus

Trinta anos se passaram desde que uma equipe de pesquisadores franceses liderados por Luc Montagnier publicou um artigo identificando o vírus responsável pela recém-descoberta síndrome da imunodeficiência adquirida.

De sentença de morte, a aids evoluiu para uma doença controlável por medicamento, adquirindo status de crônica. Até casos de cura funcional já foram registrados, mas três décadas após o isolamento do HIV (quando ele ainda nem tinha esse nome, em 20 de maio de 1983), a doença segue trazendo desafios para a saúde pública.

Essa é a opinião de infectologistas brasileiros que investigam os rumos da epidemia. Uma velha tendência, por exemplo, que se julgava minimizada entre o fim da década de 1900 até o início dos anos 2000, está preocupando novamente. "A cara da epidemia mudou, as pessoas não morrem mais, mas a principal população a ser afetada voltou a ser a de homens que fazem sexo com homens", diz o infectologista Alexandre Nairne Barbosa, pesquisador da Faculdade de Medicina da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Botucatu.

Não é mais uma questão de se falar em grupo de risco - como ocorreu no começo da epidemia e criou estigmas até hoje dolorosos -, mas entender quem está mais vulnerável, explica. Segundo Barbosa, após o início brutal da. epidemia entre a população homossexual - em São Francisco, Estados Unidos, por exemplo, eles eram 80% dos infectados, o que fez a doença ser chamada de câncer gay a incidência entre os heterossexuais se ampliou e chegou a ser maioria dos casos. Em meados dos anos 2000, porém, o quadro sofreu uma reversão.

Citando dados do Ministério da Saúde, Barbosa lembra que em 2005, entre homens de 15 a 24 anos infectados, 32% tinham sido contaminados em relações heterossexuais e 23,4% em homossexuais. Em 2009, as relações heteros e homos respondiam, cada uma, por 24,3% dos casos, Já em 2010, eram, respectivamente, 21,5% e 26,9%. Nos dados mais recentes do Ministério da Saúde, de 2012, homens que fazem sexo com homens aparecem como de maior vulnerabilidade: 10,5% estão infectados, Na população em geral, a incidência é de menos de 0,5%.

Para Barbosa, como se avançou muito no controle da doença nos últimos anos, a ponto de que uma pessoa que tome rigorosamente sua medicação tenha uma expectativa de vida semelhante a de quem não tem HIV, houve uma certa redução da percepção do risco, deixando principalmente os jovens menos cautelosos.

Fora da agenda, Outro efeito colateral desse avanço no tratamento, opina o infectologista Ricardo Diaz, pesquisador da. Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), é o risco de que a aids saia da agenda. "Mas não deveria, porque o problema ainda existe. A taxa de novos casos se mantém constante" , afirma. No Brasil, na última década, a incidência tem sido, em média, de 37 mil casos por ano.

Para Diaz, é preciso focar também nas mulheres. "A distribuição da doença entre os gêneros está quase igual", diz. Se no início da epidemia chegou a ser de 28 homens para cada mulher, hoje, a cada 1,5 homem infectado, uma mulher também está. Outra recomendação é o teste universal "Quanto mais gente for testada, mais gente será colocada em tratamento. Só assim a transmissão vai diminuir."

Análise: José Couto-Fernandez
Conscientização não pode ser esquecida

Desde que o HIV foi isolado, há 30 anos, tivemos uma evolução enorme, Nenhuma infecção na história teve um avanço tão rápido no desenvolvimento de fármacos. Temos medicamentos para atuar em várias fases do viras e conseguimos suprimir a replicação viral. Mas não podemos esquecer a conscientização. Nos países africanos, a epidemia continua avançando. E, mesmo no Brasil: a cada três pacientes que entram na terapia, seis novos se infectam. Também temos de ter em mente que não há cura. Não conseguimos chegar a uma vacina, mas não podemos desistir. Só com vacina a infecção vai poder mesmo ser controlada globalmente.
É pesquisador do Instituto Oswaldo Cruz

Dimensão

R$ 788 mi -foram gastos pelo Ministério da Saúde em 2012 com a compra de medicamentos antí-HIV

R$ 25 mi - foi o valor gasto no primeiro ano da compra desses medicamentos, em 1996

530 mil - pessoas com HIV vivem no País

150 mil - não sabem que têm o vírus

253 mil - brasileiros morreram de aids desde 1980

12 mil - pessoas continuam morrendo todos os anos em decorrência da doença no Brasil.

Fonte: O Estado de S. Paulo - 21/05/2013


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