Quem mora de aluguel deve preparar o bolso. Os contratos com vencimento em julho terão reajuste de 6,31%, correção referente à alta acumulada pelo Índice Geral de Preços — Mercado (IGP-M), nos últimos 12 meses. O indicador, conforme informou ontem a Fundação Getulio Vargas (FGV), está em franca disparada, por causa dos fortes reajustes dos produtos agrícolas. Entre maio e junho, a taxa passou de 0% para 0,75%, indicando que a inflação não dará trégua tão cedo aos consumidores.

Segundo profissionais do mercado ouvidos pelo Correio, o repasse da inflação para os inquilinos será integral. Joaquim de Almeida, gerente da Evolução Imobiliária, disse que, desde o início do ano, com a disparada do custo de vida, não existe a possibilidade de não cobrar, integralmente, os reajustes nos contratos. "Não temos nem como parcelar os aumentos. Nossos custos também subiram. Então, o jeito é repassar a inflação", afirmou.

As imobiliárias admitem, porém, que os valores mais altos dos aluguéis estão minando o mercado. Somente nos últimos três meses, as locações caíram entre 15% e 20%. As famílias que buscam imóveis para morar não estão conseguindo encaixar, no orçamento, os preços pedidos pelos locatários. Quem pode, prefere usar os recursos disponíveis para pagar a prestação da casa própria. "Não à toa, temos hoje, nos nossos cadastros, mais imóveis para vender do que para alugar", assinalou Almeida.

Na opinião de Edson Lima, gerente da Antônio Filho Imobiliária, não há meios para segurar os reajustes dos imóveis alugados. "Nos casos mais extremos, até aceitamos negociar o aumento para não perder o cliente. Facilitamos o pagamento, mas não há como isentar do reajuste", destacou. Para ele, nada indica um alívio no bolso dos inquilinos tão cedo.

 Fonte: Correio Braziliense - 28/06/2013