Se o aumento acumulado neste ano pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) não chegar a 3%, o Banco Central (BC) terá de explicar o motivo de a inflação ter ficado abaixo do piso da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Essa possibilidade ganhou força na última sexta-feira, com a divulgação de que o IPCA subiu apenas 0,28% em novembro. Com isso, o índice alcançou crescimento de 2,5% em 11 meses, o menor desde 1998, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A inflação do mês passado ficou abaixo da expectativa do mercado – uma alta de 0,38% –, o que pode afetar a estimativa para este ano – aumento de 3,03%, pouco superior ao piso.
“A chance de o IPCA ficar abaixo de 3% é grande”, afirma André Braz, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre/FGV). Ele prevê um avanço de 0,45% para a inflação em dezembro, o que levaria o índice anual a 2,95%.
Neste cenário, o presidente do BC, Ilan Goldfajn, terá que escrever uma carta para o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, explicando a razão do resultado abaixo do piso. Desde 1999, quando os limites para o IPCA foram estabelecidos, a inflação nunca foi inferior à base da meta, mas já superou o teto quatro vezes.
Segundo Braz, o índice baixo pode ser um sinal ruim, caso aponte um desaquecimento muito forte da economia. Entretanto, ele afirma que o recuo do IPCA, neste ano, está mais ligado à supersafra agrícola, que puxou os preços de alimentos para baixo. “A recessão também afetou a inflação, reduzindo a alta de serviços e de bens de consumo, mas em escala menor que os alimentos”, explica o especialista.
Desaceleração
Os grupos artigos de residência e alimentação e bebidas trouxeram os únicos dados negativos do IPCA de novembro, com deflações de 0,45% e 0,38%, respectivamente. No sentido contrário, as maiores altas vieram de transportes (0,52%) e habitação (1,27%).
Em 12 meses, o grupo alimentação e bebidas acumulou queda de 2,32%. Entre janeiro e novembro deste ano, a retração do grupo chegou a 2,4%, a maior desde a implementação do Plano Real, em 1994.
No recorte por produto, as maiores baixas de novembro foram registradas nos preços de passagens aéreas (-10,03%), feijão-carioca (-8,4%) e farinha de mandioca (-4,78%). Por outro lado, avançaram a energia elétrica (4,21%), o etanol (4,14%), a gasolina (2,92%) e o gás de botijão (1,57%).
Entre as regiões metropolitanas, Goiânia (0,96%), São Paulo (0,58%) e Porto Alegre (0,55%) tiveram as maiores altas de novembro, enquanto Curitiba (-0,15%) Fortaleza (-0,16%) e Salvador (-0,26%) marcaram as principais baixas.
Baixa renda
Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação para as famílias com renda entre um e cinco salários mínimos, teve alta de 0,18% em novembro. No acumulado do ano, o índice registrou avanço de apenas 1,8%, o menor para o período de 11 meses desde 1994.
Fonte DCI – 11/12/2017
Se o aumento acumulado neste ano pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) não chegar a 3%, o Banco Central (BC) terá de explicar o motivo de a inflação ter ficado abaixo do piso da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Essa possibilidade ganhou força na última sexta-feira, com a divulgação de que o IPCA subiu apenas 0,28% em novembro. Com isso, o índice alcançou crescimento de 2,5% em 11 meses, o menor desde 1998, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A inflação do mês passado ficou abaixo da expectativa do mercado – uma alta de 0,38% –, o que pode afetar a estimativa para este ano – aumento de 3,03%, pouco superior ao piso.
“A chance de o IPCA ficar abaixo de 3% é grande”, afirma André Braz, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre/FGV). Ele prevê um avanço de 0,45% para a inflação em dezembro, o que levaria o índice anual a 2,95%.
Neste cenário, o presidente do BC, Ilan Goldfajn, terá que escrever uma carta para o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, explicando a razão do resultado abaixo do piso. Desde 1999, quando os limites para o IPCA foram estabelecidos, a inflação nunca foi inferior à base da meta, mas já superou o teto quatro vezes.
Segundo Braz, o índice baixo pode ser um sinal ruim, caso aponte um desaquecimento muito forte da economia. Entretanto, ele afirma que o recuo do IPCA, neste ano, está mais ligado à supersafra agrícola, que puxou os preços de alimentos para baixo. “A recessão também afetou a inflação, reduzindo a alta de serviços e de bens de consumo, mas em escala menor que os alimentos”, explica o especialista.
Desaceleração
Os grupos artigos de residência e alimentação e bebidas trouxeram os únicos dados negativos do IPCA de novembro, com deflações de 0,45% e 0,38%, respectivamente. No sentido contrário, as maiores altas vieram de transportes (0,52%) e habitação (1,27%).
Em 12 meses, o grupo alimentação e bebidas acumulou queda de 2,32%. Entre janeiro e novembro deste ano, a retração do grupo chegou a 2,4%, a maior desde a implementação do Plano Real, em 1994.
No recorte por produto, as maiores baixas de novembro foram registradas nos preços de passagens aéreas (-10,03%), feijão-carioca (-8,4%) e farinha de mandioca (-4,78%). Por outro lado, avançaram a energia elétrica (4,21%), o etanol (4,14%), a gasolina (2,92%) e o gás de botijão (1,57%).
Entre as regiões metropolitanas, Goiânia (0,96%), São Paulo (0,58%) e Porto Alegre (0,55%) tiveram as maiores altas de novembro, enquanto Curitiba (-0,15%) Fortaleza (-0,16%) e Salvador (-0,26%) marcaram as principais baixas.
Baixa renda
Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação para as famílias com renda entre um e cinco salários mínimos, teve alta de 0,18% em novembro. No acumulado do ano, o índice registrou avanço de apenas 1,8%, o menor para o período de 11 meses desde 1994.
Fonte DCI – 11/12/2017