Rio de Janeiro — O mercado de trabalho está perdendo ritmo, segundo indica uma pesquisa divulgada ontem pela Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getulio Vargas (FGV). Em junho, o Indicador Antecedente de Emprego caiu 1,3% em relação ao mês anterior, indicando, segundo a entidade, uma piora na expectativa de geração de postos de trabalho.
De acordo com o pesquisador do Ibre Fernando de Holanda Barbosa Filho, a desaceleração pode ser explicada pelo baixo crescimento da economia e pela perda de dinamismo do segmento de serviços, que vem sustentando a criação de vagas. "O mercado de trabalho ainda está aquecido, embora com um menor ritmo de novas contratações", afirmou. A taxa de desemprego calculada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que vinha diminuindo sucessivamente nos últimos meses, estabilizou-se em maio no patamar de 5,8%, repetindo o dado de abril.
Barbosa Filho disse ainda que os empresários estão sendo mais conservadores na hora de admitir novos funcionários. Como uma parcela expressiva da população está empregada, o custo da mão de obra subiu. Além disso, os trabalhadores disponíveis são os menos qualificados, o que encarece o custo de contratação, já que os funcionários precisam ser treinados.
Apesar do enfraquecimento da atividade econômica, o economista ressalta que ainda é cedo para concluir que o desemprego pode aumentar. "A economia está perdendo força. Eventualmente, isso chegará ao mercado de trabalho", previu. O segundo semestre, no entanto, é tradicionalmente um período de contratações, o que deve manter baixos os índices de desocupação.
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