A decisão de publicar o relatório completo do Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre a economia brasileira será tomada após concluído diálogo sobre "sugestões de modificações e ajustes técnicos" feitas pelo Brasil ao fundo, informou a assessoria de imprensa do Ministério da Fazenda. Essas sugestões, conforme a Fazenda, se baseiam "nas políticas de transparência e publicação" do FMI.
O FMI divulgou ontem nota resumida sobre as consultas do chamado Artigo IV, concluídas em 26 de julho. O artigo IV é o capítulo do regulamento da instituição que determina a realização de uma análise anual da economia dos membros. O site do FMI informa que as autoridades brasileiras precisam de mais tempo para analisar a publicação do relatório.
O Brasil autorizou pela primeira vez a divulgação do documento completo em 2012. A prerrogativa de publicar ou não o relatório parte do país-membro. Pelas políticas de transparência e comunicação do FMI, os integrantes do fundo podem requerer correção ou supressão de trechos do relatório, de acordo com critérios definidos. É o caso de informações que possam influenciar mercados.
A nota divulgada ontem pelo FMI não traz projeções do FMI para a economia brasileira em 2013 e 2014. No mês passado, quando a instituição atualizou as previsões para a economia global, reduziu a estimativa para o avanço do PIB brasileiro de 3% para 2,5% para este ano e de 4% para 3,2% para o ano que vem.
No fim de julho, o diretor-executivo do Brasil e outros dez países no FMI, Paulo Nogueira Batista Jr., se absteve da votação que definia a liberação de uma parcela de €1,7 bilhão para a Grécia. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, desautorizou publicamente Batista Jr. e ligou para a diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, para dizer que o representante brasileiro não estava autorizado a votar como votou. Nogueira Batista foi chamado a Brasília, onde se reuniu com o ministro da Fazenda, mas continua no cargo em Washington.
Fonte: Valor Econômico - 29/08/2013